PODCAST | TEMPORADA 2 | EPISÓDIO 1

Quebrando barreiras: a importância da acessibilidade em viagens

"Como prestadores de serviços, empresários e profissionais, precisamos sempre ter em mente que a acessibilidade e a inclusão vão afetar a nossa vida mais cedo ou mais tarde. E é por isso que elas são tão importantes, certo? É por isso que precisamos pensar nelas em todos os aspectos da nossa sociedade.”

Alvaro Silberstein 

Cofundador da Wheel the World 


Resumo


Não perca o primeiro episódio da segunda temporada de Powering Travel, com uma conversa entre Alvaro Silberstein, da Wheel the World, o apresentador Brandon Ehrhardt e o apresentador convidado Toby Willis.

 

O episódio trata do universo das viagens pela perspectiva da acessibilidade. Ouça as opiniões pessoais de Alvaro e Toby sobre viajar com deficiências e sobre a busca por opções inclusivas de viagem.

 

Escute a conversa deles sobre levar deficiências em consideração ao pensar sobre viagens, a importância da acessibilidade em experiências de viagem e como você pode ajudar a tornar as viagens uma possibilidade para todas as pessoas.


Transcrição

[00:00:04] Brandon Os provedores de viagens são a espinha dorsal da experiência de viagem. Nesta nova temporada do Powering Travel, vamos conhecer as tendências do setor, falar sobre temas relevantes e dar dicas práticas para ajudar líderes empresariais a continuarem evoluindo e melhorando a experiência de viagem de modo gradual. Está no ar. Olá! 2ª temporada do Powering Travel. Chega de esperar, ela chegou. Eu sou Brandon Ehrhardt, apresentador do Powering Travel. Já faz um tempinho desde a primeira temporada, e tivemos algumas mudanças por aqui. Uma delas é sobre a nossa querida amiga Sally Smith. Ela aplaudiu quando o avião pousou. E isso é uma passagem só de ida para sair deste podcast. Ela não vai mais participar dos episódios. Ela aceitou uma nova oportunidade fora do Expedia Group, ou seja, ela saiu da empresa e do podcast, mas desejamos a ela toda a sorte. Mas não se preocupem! Mesmo sem a Sally, não vou voar sem um copiloto. Planejamos uma temporada cheia de novidades, e uma delas é uma lista incrível de apresentadores convidados para cada um dos episódios. Assim, vocês vão ter a oportunidade de conhecer uma variedade de pessoas superinteligentes de diferentes áreas do Expedia Group. Os apresentadores convidados de hoje são ótimos exemplos. Conheci o Toby quando ele destacou um tópico muito importante sobre acessibilidade na linguagem. Estávamos em uma reunião há uns 2 anos, e alguém não parava de usar a palavra cego com uma conotação negativa; foram umas 4 vezes. O Toby então se levantou e fez com que todos nós, presentes naquela reunião, entendêssemos de verdade o significado por trás das nossas palavras. Por isso, ele é a pessoa ideal para falar sobre o assunto de hoje, a acessibilidade. Estou muito, muito grato pela presença dele aqui comigo hoje. Toby, vou deixar que você mesmo se apresente.  

 

[00:01:38] Toby Obrigado, Brandon. E eu me lembro bem desse momento em 2019, mas não me lembro da reunião, pois eu passei o tempo todo tentando tomar coragem para chamar a atenção de um antigo executivo da empresa na frente de centenas de pessoas. Meu nome é Toby Willis. Eu sou Senior Product Manager for Inclusive Travel aqui no Expedia Group. Ou seja, eu cuido da acessibilidade de viagens para pessoas com deficiência e também viagens inclusivas para pessoas que vêm de outros tipos de experiências marginalizadas. Eu também sou o fundador e atual presidente do Ability Inclusion Movement, que chamamos de AIM, do Expedia Group. É o nosso ERG para funcionários e aliados com deficiência fora do trabalho. Também sou presidente do Disability Empowerment Center e atuo no Pedestrian Advisory Committee da cidade de Seattle. Em um âmbito mais amplo, faço parte do conselho consultivo do Travel Ability, e não poderia estar mais feliz do que estou por ajudar a iniciar a segunda temporada com este episódio.  

[00:02:37] Brandon Toby, você é o convidado perfeito para o nosso programa hoje, pois estamos falando de um aspecto do setor que sabemos que precisa melhorar muito: a acessibilidade em viagens. Na verdade, você já conhecia o convidado de hoje antes do início da entrevista, certo?  

 

[00:02:50] Toby Isso mesmo. Tive a oportunidade de conhecer bem o Alvaro ao longo dos anos. Nós 2 atuamos no conselho consultivo do Travel Ability, e eu o entrevistei no ano passado no meu podcast, o Explorable, que também é sobre acessibilidade em viagens.  

 

[00:03:03] Brandon Foi mesmo a combinação perfeita para esta conversa termos aqui você e o nosso convidado, Alvaro Silberstein, cofundador da Wheel the World. Wheel the World é uma plataforma on-line para ajudar pessoas com deficiência e pessoas com idade avançada a reservar viagens com acessibilidade. Empreendedor, palestrante e defensor ferrenho das pessoas com deficiência, o chileno criou a Wheel the World em 2018 com o objetivo de empoderar milhões de pessoas para que pudessem descobrir o mundo sem limitações. Com experiência em consultoria de gestão, liderando empresas com foco na América Latina, Silberstein trabalha de perto com empresas para oferecer experiências de viagem com acessibilidade por completo, para que pessoas com deficiência possam aproveitar alguns dos destinos mais desafiadores, como Machu Picchu, Ilha de Páscoa e Patagônia. Além de todo o trabalho que tem feito com a própria empresa, a Wheel the World, Alvaro também está atuando como consultor para o governo do Chile no desenvolvimento de uma estratégia nacional para a inclusão social das pessoas com deficiência. Certo, vamos logo escutar. Esta foi a nossa conversa com Alvaro. Alvaro, para começar a nossa segunda temporada. Este é o Powering Travel, Estamos muito interessados em conhecer mais a fundo a sua empresa, a Wheel the World. Você poderia nos contar um pouco mais da história da empresa e o que serviu de inspiração para que você fundasse a sua?  

 

[00:04:10] Alvaro O que é a Wheel the World? A Wheel The World é uma start-up com o claro propósito de melhorar a acessibilidade no mundo. Desde 2018, estamos construindo um ecossistema on-line, uma plataforma on-line para que pessoas com deficiência consigam encontrar e reservar experiências de viagem com acessibilidade no site WheelTheWorld.com. Lá você encontra acomodação, excursões, atividades, passeios de vários dias, serviços de transporte. E a nossa proposta de valor para o setor é que todas as experiências de viagem reservadas por meio da WheelTheWorld.com têm informações detalhadas de acessibilidade e experiências verificadas de usuários que comprovam que estamos comprometidos com a acessibilidade e que recomendamos as opções mais adequadas para as necessidades dos nossos usuários. Nos esforçamos para garantir que a acessibilidade que os nossos usuários estão reservando on-line vai, de fato, se tornar realidade. Desde 2018, mais de 3 mil pessoas de 15 países reservaram viagens com a gente para 200 destinos diferentes em 30 países do mundo inteiro. Eu uso cadeira de rodas desde os 18 anos de idade, e viagens sempre foram importantes para mim. Viagens e aventuras. Sou de uma família que acampava todos os anos; eu ia com os meus três irmãos mais velhos e os meus pais. Adoro esportes, adoro atividades de lazer ao ar livre, e acabei sofrendo um acidente de carro. A primeira coisa que eu quis saber quando percebi que não voltaria a andar foi como eu poderia voltar a fazer todas essas coisas que eu adorava fazer. Fazer trilhas, surfar, que é outra coisa que eu adoro fazer. Demorou bastante tempo até eu perceber que eu também poderia viajar. E que eu também poderia curtir os lugares. Uma vez, há cerca de 7 anos, eu estava com o meu grande amigo Camilo, o outro cofundador da Wheel the World, e começamos a pensar em organizar uma viagem juntos para Torres del Paine, no Chile. Era o meu sonho visitar esse lugar, até por ser chileno, mas eu sempre pensei que jamais poderia ir para lá, por ser um lugar tão remoto, intocado, inacessível. Mas, pensando junto com o Camilo sobre o que fazer para essa viagem, nos demos conta de que íamos precisar de uma cadeira de rodas especial para trilhas. Percebemos que precisávamos escolher um lugar adequado para ficar, um meio de locomoção, pois nunca alguém que precisasse de cadeira de rodas tinha feito aquela viagem antes. E, assim, decidimos transformar a nossa viagem em um projeto. E foi a primeira vez que alguém usando uma cadeira de rodas concluiu o Circuito W no Parque Nacional de Torres del Paine, na Patagônia. Mas com a missão de permitir que outras pessoas pudessem repetir o feito, certo?  Assim, se conseguimos fazer isso, outras pessoas também conseguem. Essa era a nossa visão naquele momento.  

[00:07:18] Toby Estou curioso para saber o que os seus clientes estão achando. Parece que você está criando muitas oportunidades para pessoas com deficiências, como nós, viajarem. Você tem alguma história interessante ou algum comentário de clientes sobre experiências com a Wheel the World e com viagens?  

 

[00:07:33] Alvaro Os comentários de clientes têm sido incríveis. Quer dizer, em geral, são reações emotivas. Em um primeiro momento, quando ficam sabendo sobre nós, as pessoas ficam animadas, pois, em geral, nós, pessoas com deficiência, não estamos acostumadas a ter à disposição serviços criados de modo específico para as nossas necessidades. Muitas vezes, as pessoas ficam até um pouco preocupadas, se perguntando se é verdade. Mas elas ficam gratas, de um modo emotivo, pelo trabalho que fazemos. E então, é claro que os comentários que temos recebido, por meio das experiências das pessoas, têm sido incríveis. Um exemplo que eu compartilhei com várias pessoas diferentes há pouco tempo é o de um casal que viajou com a gente para a África e fez um safári com acessibilidade que oferecemos. A pessoa que fez a reserva mencionou que ela mesma não tem uma deficiência. O marido dela usa cadeira de rodas, e ela contou que eles precisam sempre se adaptar às circunstâncias. A mentalidade deles é, e imagino que seja a da maioria das pessoas com deficiência, a de que estamos acostumados a nos adaptar aos ambientes que nos trazem desafios. E ela disse, pela primeira vez: “Eu senti, o tempo todo, que as circunstâncias e o serviço, bem como a gestão deles, estavam adaptados às nossas necessidades.” Quando ouvimos esse tipo de comentário, isso faz todo o esforço valer a pena e fazer sentido. Todos os esforços que, durante os nossos 5 anos de trabalho na Wheel the World, são, em resumo, tudo pelo que trabalhamos.  3

 

[00:09:15] Toby Eu me identifico tanto com o que você está dizendo, pois eu acho tão gratificante poder criar essas oportunidades para as pessoas. No Expedia Group, ouvimos dizer que viajar é a grande brincadeira da vida, e todas as pessoas merecem brincar. Todo mundo adora viajar. Acreditamos que é uma força para o bem e que todos, incluindo pessoas com deficiência, devem ter acesso a essas oportunidades. É muito importante para nós a plena inclusão. Por isso, obrigado pelo trabalho que vocês têm feito.  

 

[00:09:43] Alvaro E sim, obrigado. Obrigado. Adoro o slogan "viajar é uma força para o bem". Adoro e concordo. No meu caso, para mim, viajar também fez parte do meu processo de reabilitação, sobre ter uma deficiência e como me adaptar ao mundo. Quando viaja, você precisa se adaptar. Você precisa sair da sua zona de conforto. São as situações da vida nas quais você aprende. Acho que, em todas as viagens que eu fiz, e eu viajei muito. Tenho uma deficiência severa, tenho o corpo paralisado do peito para baixo. Tenho movimentos parciais nos braços e não tenho movimentos nos dedos das mãos. Cada experiência de viagem me ensinou alguma coisa sobre mim, sobre o que sou capaz de fazer: como solucionar problemas, como pedir ajuda. Muitas vezes. Por isso, eu concordo muito com o slogan “viajar é uma força para o bem” da Expedia.  

 

[00:10:43] Toby Sim. Adoro essa perspectiva, pois considerar viajar como uma força para o bem me lembrou de uma viagem recente, na qual eu decidi usar o transporte público para o deslocamento para ir e voltar do aeroporto. Então, era preciso pegar um ônibus, um metrô, não sei mais o quê, e mais quase meia milha a pé. Como uma pessoa com deficiência visual, eu poderia pegar uma carona ou um serviço de carro com motorista que me deixasse na porta. Mas foi muito gratificante e terapêutico para mim descobrir como fazer isso de maneira independente. Muita gente não entende isso, mas é muito gratificante ter esse sentimento de independência. E, sabe, é isso que estamos fazendo quando melhoramos a acessibilidade em viagens. Estamos permitindo que as pessoas tenham mais autonomia, independência e liberdade para escolher o modo, o método ou os meios mais adequados para elas.  

 

[00:11:26] Alvaro E elas também têm essa sensação gratificante de independência, certo? E a possibilidade de entender como fazer as coisas com tranquilidade. E é isso mesmo o que queremos, também, para clientes. Sempre encaramos as deficiências como minorias. No mundo inteiro, 15% da população tem alguma deficiência, mas eu acredito que isso não seja uma minoria. Todos nós vamos acabar tendo alguma deficiência mais cedo ou mais tarde, não é mesmo? Alguns de nós entram para essa comunidade mais cedo, mas todas as pessoas que estão ouvindo este podcast vão acabar desenvolvendo alguma deficiência em algum momento conforme forem envelhecendo. E é por isso que, como prestadores de serviços, empresários, profissionais, precisamos sempre ter em mente que a acessibilidade e a inclusão vão afetar a nossa vida também, mais cedo ou mais tarde. E é por isso que elas são tão importantes, certo? E é por isso que precisamos pensar nelas em todos os aspectos da nossa sociedade.  

[00:12:27] Brandon Então, pensando sobre a acessibilidade como um todo, e eu gosto muito da perspectiva de viajar como a grande brincadeira da vida. Quero mudar da brincadeira para a parte séria. Grande parte da nossa audiência é formada por gerentes de hotéis, e eu acho que uma das grandes questões para muita gente é: "será que há acessibilidade nos hotéis?" Mas, conforme conduzimos pesquisas, entendemos melhor, e essa não é uma pergunta que se responde com sim ou não. Depende da situação. Por isso, se pensarmos nos anúncios de hospedagem, de modo específico, que dicas você daria para os gerentes de hotel para que, quando alguém estiver pesquisando se a acessibilidade da propriedade é adequada às suas necessidades, seja mais fácil descobrir a resposta?  

 

[00:13:15] Alvaro A orientação que sempre passamos para os nossos parceiros, para as redes de hotéis e os serviços de acomodação com os quais trabalhamos é que, em primeiro lugar, é preciso avaliar como é a acessibilidade na propriedade como um todo, o que funciona e o que não funciona e entender o que pode melhorar. A segunda coisa é treinar a equipe. O que eu quero dizer com isso é que é importante que as pessoas que trabalham fornecendo serviços para pessoas em geral entendam as diferentes necessidades em termos de acessibilidade, os diferentes tipos de deficiência, bem como o que funciona e o que não funciona no seu serviço de acomodação. E o terceiro ponto é que, quando você tem um bom entendimento sobre o que funciona no que diz respeito à acessibilidade, trate de mostrar isso para o mundo, está bem? É importante. Precisamos saber, em especial nós, enquanto pessoas com deficiência, o que tem acessibilidade para nós e promover essas iniciativas do jeito certo, dividindo em categorias que funcionem. Muitas vezes, os quartos não são bem categorizados, e isso causa um grande problema, porque, mesmo quando existe um quarto com acessibilidade durante o processo de reserva, não dá para ter certeza de que o quarto exato que foi reservado é o quarto com acessibilidade. Por isso, você deve divulgar da maneira correta para que as pessoas possam ter a certeza de que vão ter a acessibilidade que estão vendo on-line.

[00:14:36] Brandon 92% dos consumidores acreditam que é importante que provedores de viagens atendam às necessidades de acessibilidade de todos os viajantes. Existe um desejo de melhor a acessibilidade em viagens. Vamos falar sobre o estado atual do setor de viagens. Quais são alguns dos desafios mais comuns que viajantes com deficiência enfrentam ao viajar?  

 

[00:14:55] Alvaro Sim, eu começaria pelos desafios em termos de acomodação. O primeiro ponto é que menos de 5% dos quartos de hotel do mundo inteiro estão definidos como tendo acessibilidade. Esse é o primeiro desafio: a oferta é limitada. O segundo é que é muito difícil encontrar a acessibilidade. Muitas vezes, não é possível identificar pelo conteúdo se há acessibilidade ou não. Em muitos casos, o que vemos são declarações pouco confiáveis sobre acessibilidade. Pode haver um hotel que afirma ter acessibilidade, por exemplo, mas quando você vê o conteúdo e as fotos, você não confia no fato de que aquele conteúdo está mostrando a acessibilidade. As informações precisam ser muito detalhadas, pois pode acontecer de um hotel ter muita acessibilidade para mim, que uso cadeira de rodas, mas não para o Toby. Os detalhes são muito importantes, pois cada pessoa tem necessidades diferentes no que se refere à acessibilidade. Depois, existe o desafio relacionado à disponibilidade do quarto exato. Muitas vezes, ao chegar, com muito esforço, ao quarto que deveria ser acessível, ele já está sendo usado por outra pessoa. E temos ainda o desafio, primeiro, da categorização do espaço do quarto, e também dos métodos de receita de overbooking, que fazem com que uma nova reserva seja feita para algo que já estava reservado, fazendo com que você e o hotel precisem fazer trocas ao longo do processo. Então, retomando, trata-se de um desafio de informação. A questão de não termos informações confiáveis e detalhadas, além também do desafio relacionado à garantia da reserva. Esses são os desafios na área de acomodação. O outro desafio, e eu adoraria também ouvir a opinião do Toby. Sou especialista em deficiências relacionadas à mobilidade e deficiências físicas. O desafio que tem virado notícia, que se tornou mais relevante e que precisa ser corrigido são as viagens aéreas. Existem grandes problemas no setor das companhias aéreas relacionados a equipamentos adaptáveis sendo danificados, péssimo atendimento no acesso a aeronaves, histórias de pessoas que não conseguiram acessar o banheiro dentro do avião. Existe um problema enorme no setor de viagens aéreas que precisa ser corrigido com muita urgência.  

 

[00:17:24] Brandon Toby, uma das coisas que já ouvi você dizer é a diferença entre prescrição e descrição quando o assunto são anúncios sobre acessibilidade em nossos sites de viagens. Será que você poderia nos dar mais detalhes sobre a diferença entre prescrição e descrição e por que isso é importante?  

 

[00:17:43] Toby Sim, com certeza. Tem relação com o comentário do Alvaro sobre compartilhar informações. Isso é metade da batalha: compartilhar o nível de informação necessário para que viajantes possam tomar decisões confiantes e embasadas. Por isso, o meu objetivo é trabalhar com a empresa para que ela abandone a abordagem prescritiva. Ou seja: parar de afirmar que um quarto é acessível e, em vez disso, usar um tom descritivo, fornecendo informações de um nível semelhante a exemplos como a largura da porta, a altura da cama e o raio do giro que o corpo precisa fazer para se posicionar na direção do banheiro. Esse nível de detalhe permite que viajantes avaliem e tomem as suas próprias decisões. E esse é o ponto crucial da inclusão: a independência, a autonomia e o poder de fazer escolhas. Dessa maneira, viajantes podem dizer: “com base nas informações que eu tenho, o nível de acessibilidade é adequado para mim”, possibilitando uma escolha confiante.  

 

[00:18:29] Brandon Toby, vou fazer a próxima pergunta para você e, então, Alvaro, também quero ouvir a sua opinião. Como os provedores de viagens podem ter a certeza de que estão pensando em todos os viajantes, incluindo pessoas com deficiências visíveis e invisíveis, quando estiverem tomando decisões relacionadas à empresa?  

 

[00:18:44] Toby Ah, minha nossa. É uma pergunta tão ampla. Bem, eu tenho uma resposta bem fácil, que resolve todos os problemas. É só contratar pessoas com deficiência. Ponto. A taxa de desemprego entre pessoas com deficiência é algo em torno de 70% nos EUA. É imoral e inaceitável. Sabe, “nada sobre nós sem nós” tem sido um grito de guerra na comunidade das pessoas com deficiência há anos. Agora, está mudando para “nada sem nós”. Simples assim. E eu acho que o simples fato de contratar pessoas com deficiências diferentes e experiências de vida diferentes melhora a qualidade de qualquer produto.  

 

[00:19:19] Brandon Alvaro, na sua opinião, como os provedores de viagens podem garantir que estão pensando em todos os viajantes?  

 

[00:19:26] Alvaro A primeira coisa é partir do pressuposto de que há tanto a aprender sobre a realidade de diferentes pessoas e tentar aprender sobre como se adaptar a isso, depois como se adequar a isso. Eu concordo com o Toby. Ter pessoas com deficiência nas equipes permite oferecer soluções, produtos e serviços que funcionam para pessoas com deficiência, além de trabalhar com especialistas em acessibilidade. E existem tantos por aí que vão guiar você ao longo desse processo com o objetivo de pensar sobre o desenvolvimento de serviços inclusivos e com acessibilidade.  

 

[00:20:00] Brandon Vamos fazer tipo uma avaliação ou um sistema de notas. Em quais áreas vocês diriam que o setor de viagens já fez um bom progresso e em quais áreas ainda existem oportunidades importantes de melhoria?  

 

[00:20:13] Alvaro No segmento dos hotéis, de modo geral, temos visto bons avanços. Em resorts, em cruzeiros, também, acho que há bastante progresso. No cenário de passeios e atividades, acho que um pouco menos. É mais ou menos aí, em termos geográficos, que temos visto mais progresso. E eu acho que os EUA avançaram mais em comparação com o resto do mundo. Também o Reino Unido e a Austrália. E quem não fez progresso algum, mais uma vez: o setor das companhias aéreas. Com certeza. Não tivemos nenhum avanço nos últimos 20 anos.   

 

[00:20:52] Brandon E Toby.

 

[00:20:53] Toby Pois é, acho que muitas das barreiras que enfrento como uma pessoa com deficiência visual que viaja com um cão-guia estão na atitude das pessoas. Por isso, eu acho que tivemos algum progresso no que se refere à maneira como a sociedade pensa, sente e age em relação às deficiências. Estamos começando a ver pessoas da geração dos Baby-boomers enfrentando deficiências por conta do envelhecimento, e eles gastam muito com despesas opcionais, acho que em torno de 17 trilhões ou algo semelhante à maior riqueza da história humana, e isso está impulsionando mudanças. Além disso, os millennials e Geração Z aceitam melhor, no âmbito social, as deficiências como identidade. Houve progresso em várias áreas, e eu acho que nenhuma delas é a aceitação, o que é importante. Mas acho que ainda há um longo caminho pela frente, não apenas em termos de barreiras comportamentais, mas também físicas, como Alvaro dizia agora há pouco, casos nos quais há muita dificuldade física, quando não há impossibilidade, para viajar.  

[00:21:47] Brandon Toby, fico tão feliz que você veio aqui hoje. Vocês dois entraram com tanto conhecimento e experiência no mundo das viagens. Eu fico bem surpreso que ainda não tenhamos feito mais progresso no setor. Mas acho que, com a conversa de hoje, conseguimos pelo menos definir um caminho a respeito do que pode ser feito. É muito bom que cada um de vocês, na sua respectiva posição no setor de viagens, esteja fazendo esse tipo de trabalho. Por isso, agradeço muito por terem participado e pelas dicas que compartilharam com a nossa audiência.  

 

[00:22:09] Toby Sem problemas! Eu adoro falar sobre esse assunto. É algo que me afeta de uma maneira muito pessoal enquanto uma pessoa com deficiência e que usa um animal de serviço. Já enfrentei muita discriminação, e sei que o Alvaro também. E eu acho que é algo muito forte se pensarmos na diferença entre as experiências que eu e ele tivemos. E vai ainda mais longe, com algo em torno de 1,8 bilhões de pessoas no mundo com deficiências de diferentes graus de intensidade. E cada um tem uma experiência única. Então, é um assunto difícil de tratar, por conta da complexidade. Acho que existem muitos de nós trabalhando em diferentes aspectos do ciclo de vida no setor de viagens. Pessoas como o Alvaro e eu, que estão por aí viajando com deficiências visíveis: Alvaro enfrentando barreiras físicas enquanto eu enfrento barreiras em termos das atitudes das pessoas em relação ao meu cão-guia; e ainda existem diversas pessoas por aí com deficiências invisíveis. Eu acho que é muito importante que nós, profissionais do setor de viagens, estejamos cientes e busquemos conhecimento sobre essas experiências para poder atender melhor viajantes com deficiência.  

 

[00:23:22] Brandon Concordo. Acho que o que é mais interessante é que a própria pesquisa do Expedia Group diz que 70% dos consumidores escolheriam uma opção de viagem que fosse mais inclusiva para qualquer tipo de viajante, mesmo que fosse uma opção mais cara. Por isso, se considerarmos essa questão a partir da perspectiva de geração de receita, não é preciso pensar duas vezes se o intuito é atrair mais viajantes para as propriedades. É uma boa decisão de negócios e, mais importante do que isso: é a coisa certa a fazer. Mudamos de assunto para falar em mais detalhes sobre como a Wheel the World e o Expedia Group estão trabalhando em conjunto. A Wheel the World está aproveitando com exclusividade a nossa tecnologia Rapid API, oferecendo a clientes acesso à rede global de hotéis do Expedia Group e à possibilidade de viajar sem limitações. Nossa Rapid API vai permitir que a Wheel the World filtre as propriedades de acordo com a acessibilidade, facilitando a experiência de reserva do início ao fim para viajantes com deficiência. A Wheel the World também faz parte do programa Acelerador do Expedia Group. Essa iniciativa foi desenvolvida para impulsionar a inovação no setor de viagens, apoiando start-ups como a Wheel the World para acelerar o seu crescimento e inovar na plataforma de tecnologia criada pelo Expedia Group. Vamos ouvir um pouco sobre a experiência do Alvaro com a plataforma.  

 

[00:24:29] Toby Alvaro, conte um pouco sobre o seu envolvimento com o programa Acelerador, do Expedia Group, o que ele significa para a Wheel the World e o que você acha que ele significa para a acessibilidade do setor de viagens em geral.  

 

[00:24:41] Alvaro O programa tem sido ótimo, incrível. Como start-up, já participamos de vários programas aceleradores, e esse não é um programa só para fazer mídia ou publicidade. Ele promove parcerias e projetos de colaboração de verdade, e estamos muito animados. Na Wheel the World, além de termos valores centrais muito claros, nos mantemos muito fiéis a eles, e um deles é a colaboração. Definimos esse valor central porque o nosso propósito é melhorar a acessibilidade no mundo, e é impossível fazer isso sem ajuda. Precisamos de colaboração para fazer tudo acontecer. Eu diria que, para nós, poder participar do programa Acelerador e ter a oportunidade de firmar parcerias com a Expedia tem sido incrível. Além disso, foi algo que também permitiu que nos víssemos e nos colocássemos no setor de um modo mais focado como especialistas em acessibilidade.  

 

[00:25:46] Brandon Sim, isso é ótimo. Porque, para mim, fica muito claro qual é o ganho para o Expedia Group, certo? Vai ser excelente adicionar uma camada de conteúdo ao conteúdo de acessibilidade que já temos. Então, pensando na altura da cama, na largura do quarto, nas características e especificações do chuveiro da sua perspectiva, da maneira como você vê parcerias, como é a sua abordagem?  

 

[00:26:10] Alvaro A minha abordagem é que podemos oferecer informação. É informação verificada, certo? É confiável. Tem credibilidade. Ela vem de uma abordagem que é focada no processo para garantir que a informação esteja correta. E temos a possibilidade de acessar centenas de milhares de parceiros da Expedia que, por conta própria, não conseguiríamos acessar.  

 

[00:26:36] Brandon Certo. Pensando em mudanças positivas recentes no setor e fazendo uma projeção para os próximos 3 a 5 anos, quais são as principais mudanças que você espera que aconteçam na acessibilidade em viagens?  

 

[00:26:49] Alvaro A nossa visão é que podemos fazer com que os provedores de viagens tomem medidas e passem a, de fato, investir em acessibilidade. Temos certeza de que isso vai acontecer caso vejam nisso uma oportunidade de negócio. E temos total convicção de que, com mais acessibilidade, os provedores de viagens vão ganhar mais dinheiro, ter mais clientes e conquistar a fidelidade deles. E o que imaginamos que vai acontecer daqui a 5 anos é que, com os dados coletados por meio da experiência adquirida dos casos de negócios que estamos gerando e que vamos gerar em escala, vai ser possível e fácil criar casos de negócios para provedores de viagens mostrando que podem investir com mais confiança de que vai haver um retorno desse investimento.  

 

[00:27:48] Brandon Toby, quero fazer a mesma pergunta para você. Se você pudesse, com um estalar de dedos, tornar o que quisesse possível no setor de viagens para melhorar a acessibilidade, o que escolheria fazer?  

 

[00:27:57] Toby Sabe de uma coisa? Acho que a conscientização. Acho que é muito difícil melhorar a acessibilidade para todos em todo o lugar, todo o tempo. Mas a atitude e a disposição das pessoas, eu acho, seria uma ótima maneira de usar o meu primeiro desejo, porque, se as pessoas tiverem a disposição, penso eu, para tentar incluir as pessoas com deficiência, isso já significa tanto, mesmo que não seja possível o tempo todo, mas já é a atitude certa. Por isso, eu acho que a conscientização, sabe? Enquanto empresa, temos a oportunidade de usar a nossa posição no setor para orientar e ajudar os nossos parceiros a entender a importância da acessibilidade para tornar as viagens mais inclusivas.  

[00:28:39] Brandon Então, se pensarmos nas principais conclusões e ações. Qual seria uma mudança que um provedor de viagens poderia fazer hoje para melhorar a acessibilidade do serviço que oferece?  

 

[00:28:47] Alvaro Busque informação para você, para a sua equipe, para o seu serviço e faça um esforço constante para promover a conscientização e servir melhor hóspedes com deficiência. Tudo isso é, em um resumo básico, o que a Wheel the World faz com empresas parceiras. Estamos ajudando essas empresas a entender como é a acessibilidade que têm hoje, mostrando o que funciona, o que podem melhorar e treinando as equipes delas. Temos absoluta convicção de que o nosso trabalho faz diferença. Por isso, talvez seja uma boa ideia para você procurar a Wheel the World.  

 

[00:29:17] Brandon Ei, Toby, posso fazer uma versão um pouco diferente da mesma pergunta para você? É um pouco diferente. Pensando sobre as considerações a respeito de terminologias e as perguntas a fazer: você falou sobre conscientização antes, e eu acho que, às vezes, há um pouco de relutância na hora de fazer perguntas por medo de ofender. Por isso, gostaria que você explicasse para o público quais são as considerações a fazer sobre o uso de terminologias e quais são as perguntas que podem ser feitas.  

 

[00:29:39] Toby É uma pergunta que me fazem muito, e eu acho que ela é muito importante, pois, enquanto pessoas com deficiência, queremos inclusão. E eu acho que um senso de curiosidade saudável é importante, mas deve haver um equilíbrio em termos de respeito e relevância. Quer dizer, a minha deficiência visual é, com certeza, uma característica muito presente, mas ela não é a única coisa que me define. Então, eu acho que é simples: é uma questão de tentar conhecer as pessoas. Outra maneira de buscar informação é se envolvendo com a comunidade local. Existem instituições de caridade, instituições sem fins lucrativos e ONGs em todas as partes do mundo que se dedicam à inclusão de pessoas com deficiência. Então, é uma oportunidade de aprendizado, pois há uma grande questão cultural envolvida, e existem diferenças culturais no mundo inteiro. Desse modo, estou falando com você a partir da minha própria experiência, como alguém que cresceu nos EUA. E mesmo a minha experiência foi se modificando ao longo dos anos. Mudou por conta das diferentes regiões para as quais eu me mudei. Por isso, eu incentivaria as pessoas no desenvolvimento de um senso de curiosidade saudável, equilibrado com um senso de respeito e a disposição para buscar conhecimento. E eu gostaria de fazer ao Alvaro uma pergunta mais ou menos relacionada. O que você diria para os nossos fornecedores parceiros que estão com medo de começar a trabalhar com acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência?  

 

[00:30:52] Alvaro Eu os aconselharia a tentar. Fazer um teste oferecendo o serviço da empresa a uma pessoa com deficiência que seja mais próxima da sua comunidade. Um terço da população mundial tem algum tipo de deficiência. Todas as pessoas conhecem alguma pessoa com deficiência. Entre em contato com essa pessoa, convide-a para experimentar o seu serviço, veja como a experiência funciona e, a partir disso, avance. Entenda melhor por meio do suporte profissional enquanto empresas, como a Wheel the World ou outras e, então, continue entendendo como avançar, um passo de cada vez, melhorando os seus serviços para que se tornem mais inclusivos.  

 

[00:31:34] Brandon Certo. Falamos sobre a sua empresa e sobre conselhos para provedores de viagens, e eu acho que os nossos ouvintes concordam que a sua paixão pela ideia de possibilitar viagens para todos é perceptível. Você está em um ambiente onde todos pensam da mesma maneira. Você sabe que eu também adoro viagens, e eu também uso este podcast para encontrar inspiração. Por isso, está na hora de falarmos um pouco sobre viagens para fazer antes de morrer. Qual é a viagem dos sonhos que você quer muito realizar? Eu vou primeiro. Depois, passo a palavra ao Toby, e terminamos com o Alvaro. Pode ser assim? Muito bem. Quem estiver ouvindo os episódios da primeira temporada já sabe que eu sou um grande admirador do Vietnã. Eu só consegui ir para a cidade de Ho Chi Minh na primeira vez. A minha viagem dos sonhos que não pode faltar é um passeio pelo rio no Vietnã, e eu quero ir tanto para a região norte do país quanto para as regiões do litoral, mais ao sul, para ter uma boa mistura de arte e cultura com uns dias na praia para relaxar. Mas estou muito animado para voltar ao Vietnã.  

 

[00:32:28] Toby Nossa, parece incrível, Brandon! E eu ouvi dizer que o Vietnã tem uma boa acessibilidade para pessoas com deficiências de mobilidade. Ótimo lugar para visitar, tenho certeza, para muitos dos nossos viajantes. A viagem que vou citar hoje é porque adoro velejar: quero velejar ao redor da Indonésia, o que eu acho que seria algo em torno de 18 mil ilhas. Mas eu quero, com certeza, visitar. É provável que eu não vá conseguir visitar todas elas, mas eu quero visitar muitas ilhas na Indonésia. E eu adoro a cultura, adoro a música, adoro a gastronomia. É o primeiro item da minha lista hoje em dia.  

 

[00:33:02] Alvaro Eu diria que a viagem no topo da lista... Já encontrei o Toby em pessoa duas vezes, e, nas duas ocasiões, ele me perguntou sobre Torres del Paine, na Patagônia. Então, vou citar como viagem dos sonhos ir com o Toby para a Patagônia.  

 

[00:33:16] Toby Isso, com certeza.  

 

[00:33:21] Brandon É isso aí, Toby. É melhor preparar as botas de trilha.  

 

[00:33:24] Toby Ah, isso foi ótimo. Fico tão lisonjeado por ele ter dito isso.  

 

[00:33:28] Brandon Obrigado mais uma vez, Toby, por dedicar o seu tempo hoje para me acompanhar aqui. Eu sei que nem sempre é fácil encontrar um tempo no meio de tantos compromissos no dia a dia para algo assim, mas eu valorizo muito todo o seu conhecimento. Saber mais sobre a discriminação comportamental abriu os meus olhos, sem falar nas discussões incríveis que você tem proposto ao Expedia Group todos os dias para garantir que a acessibilidade em viagens. Vamos colocar os links de alguns recursos na descrição do programa caso você queira saber mais sobre a Wheel the World e como eles estão impulsionando o setor de viagens. Obrigado mais uma vez por ouvir a segunda temporada do podcast Powering Travel. Sua opinião é importante. Para se conectar com o Powering Travel, acesse expediagroup.com. Inscreva-se para receber notificações sobre o lançamento de novos episódios e não se esqueça de dar a sua nota e avaliar o programa. Isso ajuda mais gente a chegar até aqui. Temos uma temporada repleta de atrações para você. Vai ser ainda melhor que a primeira. Obrigada por nos ouvir. 



Conheça os especialistas


Alvaro Silberstein

Cofundador da Wheel the World

Wheel the World é uma plataforma on-line para ajudar pessoas com deficiência e pessoas com idade avançada a reservar viagens com acessibilidade. Empreendedor, palestrante e defensor ferrenho das pessoas com deficiência, o chileno Alvaro criou a empresa em 2018 com o objetivo de empoderar milhões de pessoas para que pudessem descobrir o mundo sem limitações.

Toby Willis

Senior Product Manager for Inclusive Travel e President of Accessibility Inclusion Movement (AIM) do Expedia Group

Toby tem deficiência visual devido a uma doença genética conhecida como Amaurose Congênita de Leber. Mesmo assim, ele venceu diversos obstáculos ao longo da vida e da carreira para conquistar os seus objetivos. Toby fundou duas start-ups, fez dois mestrados e viajou o mundo dando palestras sobre a importância do design thinking inclusivo. 

Brandon Ehrhardt

Vice President of Marketing e apresentador do Powering Travel, Expedia Group

Brandon lidera o marketing de acomodações B2B no Expedia Group e desempenhou um papel fundamental na expansão dos nossos programas para parceiros, conduziu iniciativas estratégicas e ampliou o uso de informações sobre receitas para impulsionar o sucesso dos colaboradores. Brandon mora em Chicago, Illinois, com a sua esposa e o filho, que já enxerga as viagens com entusiasmo.



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