PODCAST | TEMPORADA 2 | EPISÓDIO 5

Dados, tendências e IA estão transformando o setor de turismo

"Sem viagem, não há vida. Vimos isso durante a pandemia. É animador ver como esse desejo é persistente e continua crescendo."

Dennis Schaal

Founding Editor e Executive

Editor da Skift 


Resumo


Ouça o quinto episódio do Powering Travel com participação de Dennis Schaal, founding editor e executive editor da Skift.

 

Neste episódio, Brandon Ehrhardt e o apresentador convidado Richard Kocher desvendam o mundo em constante mudança das viagens com Dennis. Os 3 conversam sobre o uso de dados e insights no setor de turismo para a tomada de decisões estratégicas, além de aprofundar no uso de dados para tudo, da pesquisa até o monitoramento de tendências de viagem.

 

Você também vai ouvir opiniões ousadas e previsões de tendências para o setor, incluindo comentários sobre inteligência artificial, ChatGPT e demanda após a pandemia.


Transcrição

[00:00:04] Brandon Ehrhardt Os provedores de viagens são a espinha dorsal da experiência de viagem. Nesta nova temporada do Powering Travel, vamos conhecer as tendências do setor, falar sobre temas relevantes e dar dicas práticas para ajudar líderes empresariais a continuarem evoluindo e melhorando a experiência de viagem de modo gradual. Este é o podcast Powering Travel. Estamos no penúltimo episódio da segunda temporada, mas, desta vez, vamos fazer uma pausa mais curta. A terceira temporada vem aí, mas vamos voltar a atenção para a conversa de hoje. Pedi a ajuda de Richard Kocher, director of Media Insights and Planning no Expedia Group. Richard, obrigado por participar. Fale um pouco sobre você e o que faz no Expedia Group. 

 

[00:00:51] Richard Kocher Claro. Obrigado, Brandon. Eu supervisiono insights e planejamento para a equipe de Media Solutions de Londres por enquanto, além de fazer parte de um grupo global que trabalha com dados e insights em todas as nossas regiões. A gente observa comportamentos importante, como quando um cliente pesquisa e reserva em nossos sites. Esses dados fundamentam e apoiam as estratégias e parcerias da empresa de parceiros em cada uma dessas regiões. Também usamos esses dados no relatório Informações trimestrais sobre viajantes, que alguns de vocês já conhecem e acessam com frequência. A gente monitora todos os insights e o planejamento para o Media Solutions Group, sendo a narrativa de dados um componente fundamental do nosso dia a dia. 

 

[00:01:33] Brandon Ehrhardt Incrível, Richard. Muito obrigado, e estou muito feliz por você estar aqui para dar as boas-vindas ao nosso convidado hoje. O nosso primeiro convidado que retorna ao programa, vocês já conhecem e adoram. O founding editor e executive editor da Skift, Dennis Schaal. Dennis é um jornalista experiente no setor de turismo e escreve para várias publicações, incluindo o USA Today. Ele participou do primeiro episódio do Powering Travel, intitulado Da sobrevivência ao sucesso – um novo capítulo no setor hoteleiro. É um prazer receber você de novo no programa com muitos seguidores no Twitter. Vamos começar a entrevista. Ok, primeira pergunta. Acho que vai ser um ótimo episódio. Vamos falar sobre dados e insights, e quero ouvir vocês 2. Primeiro, Dennis, você pode indicar a perspectiva do setor e, depois, Richard, gostaria que você desse a perspectiva do Expedia Group. A pergunta é: qual é a abordagem que as suas empresas adotam em relação à pesquisa? Como a pesquisa é usada em publicações? Como os insights chegam a parceiros e clientes que vocês querem alcançar? 

 

[00:02:36] Dennis Schaal Sim, obrigado por me receber. Do ponto de vista da pesquisa, a gente gosta de realizar projetos e abordar tópicos que podem ser quantificados em cada relatório produzido, mas isso não acontece em todos os relatórios. Cada relatório é diferente. Alguns dependem muito de dados, outros de entrevistas, e outros são uma combinação de ambos. Por exemplo, a gente tem o índice de atividade turística. São 22 parceiros de dados, empresas como OAG, Hotelbeds, Amadeus. No relatório mais recente, a gente mensurou o turismo ao redor do mundo. Acredito que são cerca de 82 indicadores de desempenho para cada país. Por exemplo, os números de abril mostraram, pela primeira vez desde o início da pandemia, que o índice de atividades turísticas ultrapassou 100 em uma escala de 0 a 100. Claro, isso indica a recuperação global do turismo. O turismo agora está mais em alta do que durante a pandemia, embora muitas regiões do mundo ou algumas regiões, como América do Norte e Europa, ainda não tenham se recuperado como um todo. Esses achados são baseados em dados de terceiros. 

 

[00:03:41] Richard Kocher No Expedia Group, dados e insights são analisados para informar melhor os parceiros e tentar oferecer uma visão aprofundada sobre o que motiva os nossos clientes a viajar. Há uma grande oportunidade nesse tipo de parceria. Como os dados são usados? Como as pesquisas são usadas para apresentar insights relevantes e acionáveis a esses parceiros, influenciando a tomada de decisão e parte da sua estratégia? Existem 2 áreas principais. Uma delas é minerar dados de comportamento de pesquisa e reserva em todos os nossos sites globais. A gente também faz análises de segmentação. Uma parte significativa da pesquisa envolve compreender a mentalidade de viajantes. Isso é feito por meio de parcerias com empresas de pesquisa de terceiros, que abordam questões relacionadas a tipos de viagem.

 

[00:04:24] Brandon Ehrhardt Às vezes, um dos desafios dos dados pode ser a quantidade, certo? Dados próprios. Dados de terceiros. Como as suas equipes conseguem separar o sinal do ruído? 

 

[00:04:33] Richard Kocher Posso responder essa. Achei interessante a referência que você fez ao retorno à normalidade pós-COVID. Os dados durante a pandemia foram muito valiosos para entender como o mundo estava respondendo às regulamentações em constante mudança. Agora é um alívio real ver o retorno à normalidade, mas isso está relacionado à sua pergunta, Brandon, sobre ruído versus sinal. Eu diria que, como a gente analisa dados todos os dias, observa padrões no comportamento de pesquisa e reserva devido ao tamanho significativo da nossa amostra e compara os dados com diferentes períodos. Eu diria que é bastante fácil distinguir entre sinal e ruído, sobretudo em amostras menores. É muito fácil perceber as mudanças que possam estar ocorrendo. Isso é um conselho para os parceiros que estão ouvindo este podcast, como sempre aplicar contexto aos dados? O que estamos observando? Qual é o tamanho da amostra? E que tipo de problemas estamos tentando resolver com os dados? Do meu ponto de vista, é possível distinguir essas diferenças com bastante rapidez. E voltando à COVID-19, foi um exemplo muito bom para identificar tendências. Houve muita conversa no setor em relação à limpeza, o maior destaque das viagens nacionais, o aumento da demanda por aluguéis de temporada e o benefício de ter acesso a dados todos os dias. Como mencionei antes, em grande escala, é possível verificar esses sinais por meio de pesquisas e reservas. E isso é uma das coisas de que mais gosto sobre a nossa análise de sentimentos: a gente viu isso muito antes, em 2020, devido ao feedback sobre a importância da limpeza e da higiene para viajantes. Esse sinal apareceu em nossos dados de avaliação. Então, a probabilidade de alguém mencionar limpeza ou higiene triplicou nos primeiros meses. 

 

[00:06:19] Brandon Ehrhardt Richard, isso é interessante. Vou aprofundar nisso. O que você está dizendo aqui, e acho que esse é um ponto muito importante a ser destacado, é que os dados da pesquisa coincidiram com aqueles observados nas avaliações, o que dá muita força à pesquisa que você está conduzindo. É essa é a ideia? 

 

[00:06:36] Richard Kocher São 3 fatores. Há muitas conversas no setor sobre a mudança de perspectiva entre viajantes sobre como é uma experiência de viagem de qualidade. E isso pode ser comprovado. Primeiro, pelos comentários, ou seja, dados próprios. Os dados são coletados em avaliações. Mas, a gente também faz pesquisas para a nossa base de usuários viajantes. A gente usa dados próprios quantitativos e dados de terceiros qualitativos obtidos por meio de respostas dadas em pesquisas. 

[00:07:09] Brandon Ehrhardt Interessante. Dennis, falando sobre a Skift. Como você separa o sinal do ruído? Conte como a Skift resolveu esse problema e talvez como vocês conseguem identificar esse sinal. 

 

[00:07:22] Dennis Schaal Há alguns exemplos do que considero ruído, que tento não ignorar, mas ser muito cético. E um deles é a mídia social, é claro. Embora às vezes possa ser inestimável. Mas descobri que, por exemplo, tweets de anfitriões do Airbnb reclamando de alguma nova política ou algo do tipo podem não representar a maioria dos anfitriões. Por exemplo, quando o Airbnb fez uma alteração na pesquisa, muitos anfitriões disseram que as suas reservas desapareceram. Mas descobri que isso era apenas um sentimento minoritário. As pessoas que fazem mais barulho nem sempre são as mais precisas. Outra coisa em relação à pesquisa é que, como jornalista, sempre sou cético em relação à pesquisa patrocinada. Quando uma empresa publica um relatório tendencioso em parceria com uma empresa de pesquisa terceirizada. Por exemplo, a Oxford Economics, em 2022, fez um relatório encomendado pelo Airbnb sobre aluguéis de curta duração em Porto Rico. A pesquisa descobriu que 92% das publicações são feitas por habitantes da ilha. Em outras palavras, moradores. Mas outro estudo foi feito pela Center for a New Economy, e eles descobriram que, na verdade, 79% da receita em aluguéis de curta duração em Porto Rico foi gerada por corporações ou grandes empresas de gestão de propriedades com vários anúncios. Então, era uma falácia. Anfitriões pequenos não estavam se beneficiando da febre dos aluguéis de curta duração. 

 

[00:08:54] Brandon Ehrhardt É muito interessante, não é? Você tem um conjunto de pesquisas que diz uma coisa e outro que conta uma história oposta ou pelo menos muito diferente. Então, Dennis, a sua especialidade é escrever a história. Como você encontra a narrativa para ativar esses insights? Muitas empresas gostam de colocar palavras na moda, e acho que a Skift faz um ótimo trabalho em encontrar palavras da moda para descrever melhor as coisas que estão acontecendo de verdade. Nesse sentido, a Skift cunhou o termo overtourism e, talvez há um mês, a abordagem começou a ser reconsiderada. Havia muitas boas razões para o uso inicial e, depois, a Skift começou a pensar na palavra de uma maneira nova. Conte para a gente como você encontra uma história para ativar os insights que você vê ou que fazem parte das pesquisas que você analisa. 

 

[00:09:52] Dennis Schaal Claro. Sobre o overtourism, recuamos porque sentimos que era uma palavra que culpava o viajante. Mas em termos de como encontramos histórias, acho que o melhor é conversar com as pessoas. E também sou um entusiasta, que examina os arquivos da SEC quando tenho tempo. Há um relatório anual chamado 10-K, que as empresas públicas solicitam, e eu os considero quase enciclopédias sobre empresas. Há tanta informação lá. Há tantas notícias lá que ninguém relatou, e fiz minha carreira lendo esses relatórios. 

 

[00:10:33] Brandon Ehrhardt Vou fazer uma pergunta aqui e, depois, Richard, quero a sua perspectiva. Mas, Dennis, preciso perguntar. Eu sabia que você fazia isso. Então, pensei outro dia, você começou a usar o ChatGPT para ajudar a encontrar as informações? Como você facilita esse processo? 

 

[00:10:51] Dennis Schaal Ah, sim. Eu uso o ChatGPT. Acho que é uma maneira simplificada de fazer buscas. Aliás, a Skift acabou de lançar uma ferramenta chamada asks guest em nosso aplicativo, que é o ask us anything do ChatGPT sobre viagens. Na verdade, para efeitos desta conversa, eu uso o ChatGPT porque ia mencionar que, olhando para o futuro, não ficaria surpreso se houver outra pandemia nos próximos 5 anos ou algo assim. Mas é uma ótima ferramenta. É um ótimo atalho. Eu não uso para escrever histórias, porque todas as minhas histórias são escritas por mim mesmo. Mas é uma ótima ferramenta. 

 

[00:11:30] Brandon Ehrhardt Acho que não aguento mais 3 anos de isolamento social em Chicago. Talvez eu vá visitar você em Porto Rico. 

 

[00:11:37] Dennis Schaal Claro. Pode vir. Pode vir, Brandon. 

 

[00:11:39] Brandon Ehrhardt Richard, voltando à história e à ativação dos insights, o Expedia Group tem um jeito muito interessante de fazer isso. Você pode falar sobre o processo e como a história é encontrada em meio a tantos dados? 

 

[00:11:52] Richard Kocher A gente gosta de contar histórias em tempo real sobre como, quando e para onde o mundo está viajando. E o tamanho da nossa amostra de dados é uma boa indicação do que está acontecendo de maneira mais ampla no mundo das viagens. Mas, do ponto de vista cotidiano, usamos essas informações para tomar decisões dentro da estratégia de negócios, e os dados fundamentam cada decisão que tomamos na empresa do ponto de vista externo. Por isso, percebemos que isso é muito valioso para embasar não apenas a estratégia da Expedia, mas também a estratégia dos nossos parceiros, sobretudo se eles tiverem uma visão limitada do que está acontecendo no setor. Assim, podemos dar uma perspectiva completa do que está acontecendo. Um exemplo seria uma tendência emergente de viagens de lazer, a ideia de combinar viagens de lazer e negócios. Parceiros nos procuram por essa liderança de pensamento que surgiu dos nossos dados próprios e de terceiros. Houston é um ótimo exemplo. Eles alavancaram essa visão. Eles usaram na comunicação para incentivar viajantes a permanecer além da viagem de negócios e também aproveitar o lazer. A gente aproveitou a tendência crescente de destinos nacionais durante a pandemia e encorajou parceiros a alinhar estratégias publicitárias com essa preferência, seja ao veicular anúncios nos sites do Expedia Group ou ao estabelecer parcerias com a empresa para a promoção desses destinos. Houve um estímulo para mostrar destinos locais em destaque na publicidade e a elaboração de mensagens que enfatizem as opções de viagem no país. Isso foi feito com base em insights extraídos dos dados, sejam provenientes de fontes internas ou de parceiros externos. A gente tenta compartilhar essas informações com os nossos parceiros para que eles tomem decisões conscientes e mais abrangentes sobre como investir em marketing no Expedia Group alinhadas com as suas estratégias e incluindo considerações como limpeza e higiene, que foram mencionadas antes. De novo, somos a liderança de pensamento dos nossos parceiros. Eles conseguiram replicar tudo isso nos seus próprios criativos. Mas isso acontece de uma maneira geral, porque estamos vendo tendências cíclicas nas viagens e conseguimos identificar quando clientes estão pesquisando e reservando destinos. Esses dados são inestimáveis para os nossos parceiros, que buscam entender quando devem engajar viajantes ou pensar nos desafios anteriores e ajudar a impulsionar a demanda. 

 

[00:14:00] Dennis Schaal Isso está mudando o mundo, não é? O que você chama de viagem de lazer. A gente chama de viagem mista. Todo o setor de aviação está vendendo muitos bilhetes para pessoas que estão em viagens de lazer ou combinadas de negócios e lazer. Esse público está disposto a gastar muito dinheiro com isso enquanto as viagens de negócios ainda não se recuperam. 

 

[00:14:25] Brandon Ehrhardt Vamos fazer um programa com o Dennis, um jornalista, só sobre dados. Sou um grande fã disso. É tão interessante ouvir sobre todas as maneiras como as informações necessárias são coletadas para as histórias. E, depois, Richard, fala sobre o que está fazendo com a sua equipe para garantir que as suas publicações não sejam apenas precisas, mas também interessantes e abordadas com o mesmo nível de integridade que Dennis traz para o trabalho dele. Fale mais sobre como é ouvir um jornalista discutir a linha de trabalho em que você também está. 

 

[00:14:57] Richard Kocher Sim, é revigorante e validador ouvir alguém tão relevante no setor e no espaço do jornalismo de viagens. Eu mesmo e a equipe lemos artigos do Dennis todos os dias. Sempre fico muito impressionado com os dados que os fundamentam. A gente encontra narrativas nos dados, discute tendências e identifica algumas que também são importantes para as nossas próprias experiências. E, na verdade, talvez mostrar como trabalhar mais de perto com a Skift nesse campo de liderança. Eles têm ótimas ideias, e como podemos fornecer dados para apoiar esse trabalho. Então, sim, é revigorante, como eu disse, e uma verdadeira honra participar com ele. 

 

[00:15:40] Brandon Ehrhardt Aposto que sim. É sempre ótimo ter o Dennis aqui, um dos meus convidados favoritos, e foi incrível. Tivemos que abrir o jogo e dar um pouco mais de contexto sobre a coleta de dados e como esses insights são externalizados. Foi muito esclarecedor ouvir a abordagem dele e a sua também, Richard. 

 

[00:15:56] Richard Kocher Com certeza. Concordo. Há muita interseção no trabalho que estamos fazendo e no que Dennis está examinando, e senti que poderíamos ter continuado por muito mais tempo discutindo as oportunidades. Estamos animados para ouvir o que você tem a dizer na próxima parte da entrevista. 

[00:16:10] Brandon Ehrhardt Sim, vamos deixar os detalhes da coleta de dados e informações um pouco de lado e fazer previsões para o futuro. Vocês ouviram as primeiras previsões do Dennis. Algumas foram muito ousadas. Acho que agora não vai ser diferente. O Dennis trouxe visões muito legais e esclarecedoras. Vamos para a segunda parte da entrevista agora. Muito bem. A conversa vai esquentar. Vamos falar de tendências ousadas para o futuro. O formato é de mesa redonda: primeiro Dennis, depois, Richard, e eu concluo. Vamos falar sobre o que achamos. Dennis, primeiro você. Para onde você acha que o setor está indo? Qual vai ser a próxima grande novidade? Falamos um pouco sobre o Ask Skift, o seu plug-in do ChatGPT, mas fique à vontade para abordar o que você acha que está por vir. 

 

[00:16:58] Dennis Schaal Sim, essa é a grande tendência. Inteligência artificial. Vai ser uma grande vantagem para as pessoas durante o planejamento da viagem. Vocês, da Expedia, lançaram um plug-in e um recurso de inteligência artificial generativa no aplicativo para dispositivo móvel, e acredito que muitas empresas também vão utilizar essas funcionalidades de modo interno para otimizar operações. A gente falou um pouco sobre separar a propaganda exagerada da realidade, e acho que a inteligência artificial vai ser excelente. No entanto, pode ter muitas consequências inesperadas. Há muito barulho em torno da inteligência artificial. Se alguém disser que estamos prestes a entrar em uma nova era de hiperpersonalização, é difícil de ver isso acontecendo. Ainda estamos longe disso em termos de como a inteligência artificial é utilizada. É muito difícil dizer com precisão. 

 

[00:17:49] Brandon Ehrhardt Sua vez, Richard. 

 

[00:17:50] Richard Kocher Sim, o ChatGPT é interessante. Para mim, é como o Dennis falou, é sobre como otimizar operações. Do ponto de vista de insights sobre dados, como extrair informações com mais rapidez? Se há um conjunto de dados, como usar a inteligência artificial? Quais são as informações que queremos buscar de maneira mais eficiente? Vejo essas questões como muito valiosas para o futuro da minha equipe e a forma como insights são gerados como um todo, incluindo as tendências de viagem. Acredito que algumas das tendências emergentes que vimos durante a pandemia, como a demanda sustentada por aluguéis de temporada, vão ser interessantes de acompanhar. Também há um desejo crescente dos nossos viajantes de reservar experiências únicas, seja em um celeiro, uma casa flutuante ou até mesmo um castelo. Isso tem a ver com outro ponto, que é o aumento do apetite dos viajantes por experiências. Experiências únicas, que o dinheiro não pode comprar. Dinheiro compra a viagem, mas não compra a experiência. Pensando na pandemia, houve muito tempo de viagem perdido durante aquele período. Agora, famílias e viajantes estão tentando compensar o tempo perdido e conhecer o mundo. Isso também, creio eu, é positivo para a inflação de preços. E mais algumas observações sobre o lazer ou prazer. Com o trabalho flexível, vimos ótimas tendências, sobretudo com a capacidade de trabalhar em qualquer lugar do mundo. As pessoas estão tentando combinar viagens a negócios com lazer, e, em muitos casos, reservando aluguéis de temporada para fazer isso. E, por fim, sei que há outro podcast que fala sobre experiências de viagem sustentável, mas acho que essa modalidade vai se tornar cada vez maior para viajantes e agências de viagem. 

 

[00:19:37] Brandon Ehrhardt Legal. Vou adicionar dois pontos. O primeiro é que, durante a pandemia, as pessoas ficaram em casa por 2 ou 3 anos assistindo Netflix. E elas querem viajar para os destinos mostrados nessas séries e filmes. Isso já está se tornando um negócio, com organizações de marketing locais e fornecedores de hotéis e viagens competindo por espaço na tela. Mas, assim como os fenômenos que vimos com Bloodline e com White Lotus e, ainda antes, com Sex and the City para Nova York, isso só vai aumentar. O próximo passo vai ser como ajudamos as pessoas a encontrar e reservar esses locais de maneira simples. E, em segundo lugar, concordo com Dennis, a hiperpersonalização está longe de ser realidade. Há um impulso de tentar resolver esse desafio complexem uma tacada só, mas a abordagem mais eficaz é dividir o problema em partes menores. A personalização da fidelidade, por exemplo, pensando no benefício que você quer. Você quer um desconto? Quer cashback na sua próxima viagem ou pontos? Quer um benefício na estadia, como café da manhã? Estamos indo nessa direção. Programas de fidelidade colossais vão ter que adotar uma abordagem mais personalizada para atrair esse viajante, porque existem muitas opções. Quem conseguir se comunicar com o indivíduo mais rápido vai aumentar a participação no negócio. Isso é controlado com rapidez. São duas tendências interessantes. Dennis, uma pergunta para você. Os aluguéis de temporada decolaram durante a pandemia. Existem outros setores de viagens que você acha que estão prontos para um crescimento exponencial à medida que avançamos para 2024? 

 

[00:21:24] Dennis Schaal Acho que as cidades estão se recuperando. A Expedia, na divulgação de resultados mais recente, indicou que demanda por aluguéis de temporada diminuiu um pouco em comparação com a pandemia. E as cidades estão voltando. Os hotéis estão voltando. Acho que vamos ver muitas pessoas voltando a Nova York. Talvez isso sinalize que as viagens de carro para áreas de resort ganharam força durante a pandemia, pois era o único lugar para onde se podia ir. Certo? Mas me pergunto se elas podem perder um pouco de força à medida que as cidades também se recuperam. Em relação ao que você falou sobre o espaço publicitário em termos de onde conquistar clientes e como apresentar um destino, vejo o Facebook perdendo participação em publicidade a longo prazo, com plataformas como TikTok e Hulu entrando nesse cenário. Não é algo novo no setor de turismo ver uma plataforma estabelecida sendo substituída por novidades, mas acredito que isso vai acontecer. 

 

[00:22:27] Brandon Ehrhardt Quando você pensa em publicidade indireta e na própria mídia da TV, não é algo novo. Começou nos anos 1970 e 1980. Acho que a melhor publicidade indireta de todos os tempos foi o filme Top Gun, certo? Vimos o que aconteceu com os alistamentos na Marinha após o lançamento desse filme em 1986. Há muitas oportunidades para a publicidade indireta de destinos na TV. 

 

[00:22:51] Dennis Schaal Quando você fala sobre o foco nos locais e na publicidade, sei que a Discover Puerto Rico fez isso muito bem com uma campanha publicitária baseada nos moradores e na cultura local. E isso se encaixa no que você estava falando, Richard, sobre como as pessoas estão procurando por experiências autênticas. Elas querem visitar os pontos turísticos famosos, mas também querem se integrar à comunidade local. Esse tipo de abordagem é importante e chama a atenção. 

 

[00:23:15] Brandon Ehrhardt Vamos falar sobre o outro lado das opiniões ousadas. Às vezes, uma opinião é tão ousada que a gente se esquece que algumas coisas são passageiras. Quais são as armadilhas hoje no setor de turismo? Quais são as tendências de hoje que não vão perdurar? Richard, vou começar com você e depois, Dennis, a palavra é sua. 

 

[00:23:34] Richard Kocher Voltando um pouco ao ponto do Dennis antes. Não quero falar sobre a COVID, mas a pandemia trouxe muitos insights. Naquele período, houve mudanças na forma como as pessoas se comportavam em relação às viagens. E houve muita discussão na época sobre a possibilidade das cidades não se recuperarem e como viajantes estavam cansados delas. Mas, conforme mencionado pelo Dennis, os dados provaram o contrário. Viajantes estão voltando em massa para as cidades e retomando o que vimos em 2019. E você poderia argumentar o mesmo talvez para pessoas que fugiram da cidade para viver fora de grandes centros urbanos. Talvez elas também estejam voltando agora. Então, isso é o que eu diria, talvez algo tenha sido uma tendência passageira.            

 

[00:24:16] Dennis Schaal Sim, do ponto de vista empresarial e também do consumidor, uma tendência que vai dissipar é o metaverso. 

 

[00:24:26] Dennis Schaal Acho que é um enorme desperdício para o Facebook. Os bilhões de dólares que estão investindo no metaverso. Há um ditado que diz Construa, e eles virão. Mas não é bem assim. Você pode construir o metaverso e ninguém aparecer. A Travelzoo acabou de lançar o seu próprio metaverso, então vamos ver como se sai. Apesar do entusiasmo em torno da inteligência artificial e do metaverso, investir nessas áreas pode ser uma má escolha no momento atual. E a outra coisa que eu ia mencionar é que muitas agências de viagem estavam falando sobre blockchain, que a Expedia e o Global Distribution System seriam evitados com o blockchain. Não tem muita gente falando sobre isso agora. 

 

[00:25:10] Brandon Ehrhardt Dennis, essa foi boa. Richard? 

 

[00:25:13] Richard Kocher Sim. Quero apenas comentar o que o Dennis mencionou sobre o metaverso, porque senti algo semelhante. Se você pensa nos investimentos que foram feitos, parece um pouco exagerado. Mas eu acho que talvez seja uma questão geracional. Falando sobre mim, estou na faixa dos 40 anos e quando penso em experimentar viagens no metaverso, não consigo me identificar. No entanto, os meus filhos estão crescendo com telas e em um ambiente virtual muito mais presente. Talvez haja um momento em que o metaverso desempenhe um papel maior para eles na forma como planejam viagens, viajam e até mesmo vivenciam as viagens. Por isso, acredito que tem um futuro, mas acho que vai levar mais tempo para chegar lá do que o previsto de início. 

[00:25:51] Brandon Ehrhardt Interessante. Eu não acredito que vá desaparecer, mas acho que vai diminuir. Dennis, primeiro você. Richard, prepare-se. O que empolga e deixa você otimista em relação às viagens internacionais no final do ano de 2024 e depois? 

 

[00:26:05] Dennis Schaal Bem, é uma espécie de lenda sobre as viagens on-line. Após o 11 de setembro, quando o setor de turismo despencou, alguém na Expedia disse que estavam analisando se prosseguiriam com uma aquisição ou não. Uma pessoa no conselho ou na liderança da empresa disse que sem viagens, não há vida. O que me empolga é que estamos vendo isso hoje, em grandes números. Os economistas falam em recessão, inflação e preços altos, mas isso ainda não destruiu o desejo que as pessoas têm de viajar. Sem viagens, não há vida. Vimos isso durante a pandemia. É animador ver como esse desejo é persistente e continua crescendo. 

 

[00:26:53] Brandon Ehrhardt Richard? 

 

[00:26:54] Richard Kocher Sim, eu ia dizer algo semelhante ao Dennis sobre a resiliência de viajantes. Acho isso empolgante. Do meu ponto de vista pessoal sobre o que me anima no setor de viagens, agora estou no Reino Unido e vou mudar para Seattle em agosto com a minha família. Quando a gente chegar lá, vamos viajar pelos EUA e visitar todos os estados que ainda não conheci. É algo pessoal para mim, e como Dennis mencionou há pouco, a resiliência de viajantes define as novas tendências que vão ser criadas no futuro. 

[00:27:24] Brandon Ehrhardt Richard, qual estado dos Estados Unidos está na sua lista de desejos que você ainda não visitou? 

 

[00:27:29] Richard Kocher Ótima pergunta. Já fui para a Califórnia algumas vezes, mas, em uma viagem de lazer, a última vez que estive lá foi há 20 anos. Eu gostaria de conhecer melhor a Califórnia. 

 

[00:27:41] Brandon Ehrhardt Dennis, vamos falar sobre viagens de verão. Você está no lugar mais quente da Terra durante o verão. Vai estar muito calor em Porto Rico. Você está planejando alguma viagem para os EUA ou o exterior? 

 

[00:27:54] Dennis Schaal Voltei de uma viagem à Islândia no domingo, o contrário de Porto Rico em termos de clima. A nossa empresa levou 70 pessoas para lá. Era o nosso retiro anual. Foi o segundo retiro na Islândia. Foi incrível. Ainda não fui em muitos lugares. O Vietnã está na minha lista. Também nunca visitei a Índia. São dois lugares que com certeza quero conhecer. 

 

[00:28:14] Brandon Ehrhardt Eu adoro o Vietnã. Sempre falo do Vietnã aqui no podcast. É um dos melhores países que já visitei. É tanta mistura de várias culturas diferentes, como a vietnamita, a japonesa, a chinesa, a francesa e um pouco da americana. O lugar é um caldeirão cultural, e o resultado é ótima comida e pessoas muito legais. Foi fantástico. Não demore muito para ir ao Vietnã, Dennis, é incrível. 

 

[00:28:42] Dennis Schaal Ótimo. Vou começar a planejar. 

 

[00:28:47] Brandon Ehrhardt Fora do escritório na Islândia. Parece ser um lugar divertido para trabalhar, Richard. 

 

[00:28:53] Richard Kocher Sim. A gente poderia estar fazendo este podcast na Islândia. Seria muito divertido. Como o Dennis mencionou o metaverso, é algo que não discutimos há algum tempo. Vamos retomar a conversa nesse sentido, com certeza. E você tem planos para viajar, Brandon? 

 

[00:29:10] Dennis Schaal Ainda não decidi para onde ir neste verão, mas vou escolher um lugar esta semana. 

 

[00:29:16] Richard Kocher Fomos para Helsinque no último verão, que é bem perto. Foi uma viagem excelente. Férias de verão excelentes. 

 

[00:29:25] Brandon Ehrhardt É um lugar divertido para visitar no verão. Você sai de um restaurante ou bar às 23h e ainda está ensolarado como se fossem 14h. Isso não acontece nos EUA. E, Richard, estamos ansiosos para receber você em breve nos EUA. Mas antes, vamos falar sobre como os ouvintes podem acessar a rica pesquisa que você está fazendo aqui no Expedia Group. 

 

[00:29:48] Richard Kocher Sim. Há duas rotas principais para acessar os nossos dados e pesquisas. A primeira são os insights de dados publicados para o setor, que podem ser acessados em todos os nossos sites e no blog de Media Solutions. Lá, vocês vão ver diversos estudos anteriores nos relatórios de informações trimestrais. E fiquem atentos para a próxima pesquisa sobre a jornada de compra. A gente analisou de perto o caminho que viajantes percorrem desde a fase de inspiração até a compra da viagem. Coletamos dados de pesquisa de viajantes recentes que contaram como preparam a viagem, o que os inspira etc. Além disso, temos dados digitais que permitem ver os passos dados nos 45 dias que antecedem a compra da viagem. É muito empolgante, porque a pesquisa vai ser publicada no verão, então fiquem de olho. A outra rota, além de visitar os nossos sites e acessar os diversos estudos disponíveis, é a minha equipe, as relações que mantemos com parceiros em conversas diárias. A minha equipe informa esses parceiros sobre as várias tendências que a gente observa. São 2 caminhos.

 

[00:31:02] Brandon Ehrhardt Adorei. E o legal é que você pode ligar os pontos entre os episódios, pensando no que inspirou as pessoas na pesquisa sobre a jornada de compra. Estou animado para ver onde o set-jetting se encaixa nisso. Falamos sobre pessoas que viajam para os destinos onde os seus programas de TV e filmes favoritos foram gravados. Estou curioso para ver se isso começa a se destacar em termos de quantas pessoas são inspiradas por programas de TV e filmes. Richard, como mencionei, estou feliz por você ter participado do outro lado do oceano. Sei que você está vai mudar para Seattle em breve, e da próxima vez que eu estiver por lá, adoraria tomar uma cerveja ou café com você. Obrigado mais uma vez por participar e coapresentar este episódio comigo. 

 

[00:31:39] Richard Kocher Claro. Sim. Obrigado, Brandon. Mal posso esperar para encontrar você em Seattle e participar do programa. Gostei muito. 

 

[00:31:47] Brandon Ehrhardt Obrigado por ouvir mais um episódio do podcast Powering Travel. Falta só mais um episódio para o fim da temporada. Se você gostou desta conversa, vai amar o episódio final. Enquanto isso, faça a sua avaliação para ajudar pessoas como você a encontrar o nosso programa. Quero deixar claro que a gente lê os seus e-mails. Obrigado por enviar. Continuem enviando mensagens para PoweringTravel@ExpediaGroup.com. PoweringTravel, tudo junto, no Expediagroup.com. E, mais uma vez, se você tiver tempo, faça uma avaliação do programa. Muito obrigado por ouvirem. Espero vocês no último episódio do podcast Powering Travel. A terceira temporada vem aí. Mas, antes, ouça o final da segunda temporada. Nos encontramos em 2 semanas. O podcast Powering Travel é apresentado pela Expedia. 



Conheça os especialistas


Dennis Schaal

Founding Editor e Executive Editor, Skift

Dennis escreve reportagens on-line sobre viagens e aluguel de curto prazo. Ele publicou The Definitive Oral History of Online Travel em 2016 e está há mais de 20 anos cobrindo o setor e entrevistando líderes. Antes, ele escrevia uma coluna no USA Today sobre sites e aplicativos de viagem. Tem 3 filhos e mora em Rincón, Porto Rico. 

Richard Kocher

Global Director of Media Solutions’ Insights and Planning, Expedia Group

A equipe de Richard é responsável por minerar dados próprios exclusivos de pesquisa e reserva do Expedia Group, assim como informações sobre o mercado, para informar as estratégias de campanha publicitária de parceiros, a seleção de produtos e a segmentação do público. Ele tem mestrados em Antropologia pela University of Sussex e Administração de Empresas pela Warwick Business School, e mora com a família fora de Londres, em Winchester. 

Brandon Ehrhardt

Vice President of Marketing e apresentador do Powering Travel, Expedia Group

Brandon lidera o marketing de acomodações B2B no Expedia Group e desempenhou um papel fundamental na expansão dos nossos programas para parceiros, conduziu iniciativas estratégicas e ampliou o uso de informações sobre receitas para impulsionar o sucesso dos parceiros. Brandon mora em Chicago, Illinois, com a sua esposa e o filho, que já enxerga as viagens com entusiasmo.



Onde ouvir

Botão do Apple Podcasts Botão do Spotify Botão do Google Podcasts Botão do Amazon Music Botão do Castbox

Sobre o que você gostaria de ouvir?

Você tem ideias de novos assuntos para os episódios ou convidados? Envie sugestões ou comentários. Queremos saber o que você está pensando.



Esta página foi útil?

Como podemos aprimorar nosso site?


Procurar mais episódios