"Há infinitas maneiras de chegar à tarifa desejada, mas vendendo de modos diferentes. O mesmo vale para passar de um segmento para outro. É aí que entra em jogo a arte da gestão de receitas."
Resumo
Para gerenciar uma propriedade e ter bons resultados, você precisa maximizar a sua estratégia de gestão de receitas. A tecnologia, as ferramentas e os dados certos podem ajudar.
Ouça este episódio de Powering Travel para mergulhar no universo das decisões relativas a preços, no comportamento de viajantes e em outros assuntos com a Chief Revenue Officer da Highgate, Kerry Mack, e Michael Grubler e Brandon Ehrhardt, do Expedia Group. Essa conversa sobre gestão de receitas aborda as estratégias de receita para aluguéis por temporada e a penetração no mercado de hotéis, como aproveitar ao máximo os dados, e quais os papéis de humanos e da inteligência artificial no processo.
Você vai aprender como abordar as estratégias de receita com eficiência e como usar ferramentas como o Rev+ e o MarketMaker™, que oferecem dados e análises para você definir preços mais rápido e contribuir para o sucesso da sua propriedade.
Transcrição
[00:06:20] Mike Grubler A disciplina em si, como você mencionou, é por si só uma disciplina de sucesso na hotelaria, mas é relativamente nova. Até pouco tempo atrás, o Motel 6 e o Super 8 exibiam a sua estratégia de receita no letreiro para todos verem. O que mudou? Foi só a disponibilidade dos dados e das informações?
[00:06:44] Kerry Mack Acho que foi a disponibilidade dos dados, os canais de distribuição, os tipos de viajantes atuais, os motivos para viajar, os destinos de origem das pessoas e por que decidem viajar e a duração das viagens. Acho que há muitas razões que levaram ao surgimento de todos esses segmentos e dos novos segmentos. Há uns 25 anos, as pessoas faziam viagens de negócios ou de lazer, mas as viagens de lazer eram um grande evento anual que planejávamos com 1 ano de antecedência. Havia 2 grandes segmentos bem definidos. A gente definia os preços para viajantes de negócios ou pessoas quem iam viajar nas férias durante 7 dias. Esses eram os 2 grandes segmentos. Hoje em dia, há viajantes domésticos de última hora, viajantes internacionais de 7 dias, viajantes internacionais de última hora, viajantes de negócios que viajam por causa de um projeto, viajantes de negócios que ficam só 1 diária, viajantes de negócios locais, viajantes de lazer. Existe uma infinidade de segmentos. É segmento atrás de segmento. E cada um tem uma necessidade e um orçamento e buscam uma experiência diferente para as diferentes estadias. É por isso, também, que eu acho que as marcas têm tido tanto sucesso, porque uma hora as pessoas querem ficar em um Marriott tradicional, em outra querem se hospedar em um Autograph e, em outra, preferem ter uma experiência no Moxy. Em outras palavras: é a mesma pessoa, mas ela viaja por diferentes motivos e deseja ter uma experiência diferente.
[00:08:51] Mike Grubler E além da bola de cristal que o gerente de receitas recebe logo que começa a trabalhar, de onde vêm os dados? O que você analisa? Como você sabe qual é o segmento certo para preencher determinado hotel em determinado dia, em determinada estação do ano e determinado dia da semana, para ter o máximo potencial de receita?
[00:09:11] Kerry Mack Há muitos dados disponíveis, o que pode paralisar a análise. Primeiro, é preciso definir quais são os mais relevantes para o seu tipo de hotel e em que você deve dedicar o seu tempo para ter o maior retorno. Então, se você tem um hotel corporativo que pertence a uma grande rede, você deve analisar o Agency 360, além da demanda e dos padrões de viagens corporativas, e consolidar esses aspectos no Demand 360. Por outro lado, se você tem um hotel voltado para lazer, você deve focar os dados e as informações da Expedia, e perguntar aos seus parceiros atacadistas sobre o ritmo das reservas. O que é legal no setor de viagens é que temos uma quantidade insana de dados. Podemos passar dias e dias coletando e analisando informações e criando gráficos com essas informações no Excel para tentar extrair dados úteis delas, mas isso compensa em termos financeiros? O importante é identificar qual a linha de negócios mais rentável para o seu hotel e os tipos de clientes que você atrai. São esses os dados que você deve coletar e analisar.
[00:10:51] Mike Grubler Grande parte disso se baseia na demanda, ou seja, a base que você criou para o próximo período. Como você leva em consideração os concorrentes no seu mercado e como analisa a estratégia desses concorrentes?
[00:11:09] Kerry Mack A concorrência é um assunto interessante. Temos que levar em conta quem achamos que são os nossos concorrentes e quem clientes acham que são os nossos concorrentes, e nem sempre isso coincide. Eu gosto de uma ferramenta da Expedia que informa quem são os concorrentes, ou seja, os hotéis aos quais clientes preferem ir quando não escolhem o nosso. Isso pode ser revelador, viu? Às vezes, diretores financeiros se prendem no "este é o nosso relatório STAR e estes são os nossos concorrentes. É nisso que vamos nos basear. É a única coisa com que nos importamos". Não é porque você decidiu de tal forma há 5 anos que vai continuar sendo assim para o resto da vida. Então, sim, é importante saber não só quem são os seus concorrentes nas diferentes linhas de negócios, mas também como o público enxerga você no mercado. E com quem comparam os seus preços. Estamos em um mundo repleto de marcas, ainda mais nos grandes mercados. Então, é preciso saber o que as marca semelhantes estão vendendo, mesmo se você representa uma versão mais recente dessa marca ou se o seu hotel passou por uma reforma recente. Se você é uma marca de serviços selecionados e fica perto de outra marca de serviços selecionados, pode ser difícil cobrar 100 dólares a mais do que os outros hotéis da sua marca. É preciso saber quem você é dentro dessa marca específica. Sim.
[00:12:58] Mike Grubler É o que tínhamos o costume de chamar de "relatório Quem saiu vencedor" na Expedia.
[00:13:05] Kerry Mack Sim.
[00:13:06] Mike Grubler Você mencionou as marcas versus as propriedades independentes. Sei que o portfólio da Highgate conta com esses 2 tipos. Há a participação de diferentes stakeholders na receita? Há diferentes objetivos a se alcançar para um hotel de marca em comparação com um hotel administrado ou da sua propriedade?
[00:13:26] Kerry Mack Não. Para nós, não. Sempre acreditamos que temos que fazer o melhor para o edifício e o hotel, não importa se somos os proprietários ou meros administradores. Acho que todos nós que trabalhamos na Highgate pensamos da mesma forma. Adoramos alguns hotéis de marca devido aos resultados incríveis que essa marca pode produzir. E adoramos alguns dos nossos hotéis independentes pela sua personalidade, pelo charme e a história por trás deles. Ambos os modelos têm coisas boas. Em alguns bairros e submercados, é preciso ter uma marca para se destacar. Caso contrário, é muito difícil ter bons resultados. E há certos edifícios que são indicados para hotéis independentes, encantadores e incríveis. Essa é a parte gostosa do setor: você pode trabalhar com esses 2 tipos de hotéis.
[00:14:38] Mike Grubler Certo. Sei que a Highgate também tem um bom portfólio de aluguéis por temporada.
[00:14:45] Kerry Mack Sim.
[00:14:46] Mike Grubler Tem alguma diferença?
[00:14:47] Kerry Mack Sim. É um segmento mais novo para nós, e estamos muito empolgados. Adoramos esse modelo de viagem diferente, com casas de 4, 5, 6, 7 quartos... Administramos uma empresa em que estão comprando casas em destinos de lazer, com foco em estadias para famílias de diferentes gerações. É muito interessante. Sim. Tenho a sensação de que, nesse âmbito, a gestão de receitas é feita de modo parecido com o fim dos anos 1990 e início dos 2000, porque eles não têm tanto acesso a dados quanto nós, nem a mesma tecnologia de ponta que nós. Estão só começando. Para nós, é emocionante fazer parte dessas fases iniciais do que eu acho que vai acontecer em todo o segmento de aluguéis por temporada. Testemunhar como ele cresce e evolui. Vai ser divertido participar desse processo.
[00:15:55] Mike Grubler Quero voltar um pouco ao que estávamos falando sobre a definição dos preços em relação ao afluxo dentro de um mercado. Se há 1 ou 2 operadores que dominam o mercado, pode haver uma espécie de competição que nivela por baixo ou, talvez, uma maré alta que faz todo mundo subir.
[00:16:19] Kerry Mack Quero estar do lado da maré, mas continue.
[00:16:23] Mike Grubler Como todos os operadores de um mercado podem trabalhar em conjunto para garantir o máximo potencial de receita? E, ao mesmo tempo, nosso setor poderia utilizar as ferramentas de maneira distinta ou trabalhar em conjunto de modo diferente?
[00:16:41] Kerry Mack Acho que uma das melhores coisas que a tecnologia e os dados nos proporcionaram, como vimos a gestão de receitas evoluir nas últimas 2 décadas, foi durante a COVID-19. Foi a primeira vez que um grande choque dessa dimensão não acarretou uma redução da diária média. Acho que isso se deve ao avanço que a disciplina da gestão de receitas alcançou e, também, aos sistemas e às tecnologias de gestão de receitas. Assim, mesmo em alguns dos mercados durante aqueles dias tão difíceis, com uma demanda tão baixa, não houve uma redução da diária média como aconteceu nos anos de crise financeira ou após o 11 de setembro, ou em outros períodos difíceis que enfrentamos. Então, não estou mais tão preocupada com a competição pelo menor preço porque acredito que grande parte da gestão de receitas... Acho que a gestão de receitas existe há tempo suficiente para todos terem percebido que não é necessário competir para oferecer preços mais baixos, que uma competição em larga escala por preços não vai impulsionar a demanda se não houver demanda. Você pode impulsionar a demanda em certas circunstâncias usando promoções ou reduções estratégicas nas tarifas, mas diminuir os preços quando não houver demanda não vai fazer as pessoas reservarem.
[00:18:13] Mike Grubler É interessante porque os dados representam a ciência por trás da gestão de receitas, mas o instinto humano quase representa a arte do processo. Na sua opinião, como esses 2 aspectos se equilibram?
[00:18:25] Kerry Mack Sim. Sempre digo que essa arte aparece na estratégia de longo prazo de um hotel, ou seja, como você planeja o próximo mês ou algo do tipo, sabe? Ela não está necessariamente no dia a dia. Mas se você tem um hotel e diz: "quero passar deste segmento para este" ou "quero melhorar a minha combinação de canais para aumentar as vendas diretas", etc., como pode fazer isso? No setor hoteleiro, há infinitas maneiras de passar do ponto A para o ponto B. Você vai inflar um pouco a sua tarifa para disponibilizar uma promoção mais interessante e alcançar a tarifa desejada? Vai oferecer uma promoção do tipo "reserve 2 diárias e ganhe 1 grátis" para alcançar a tarifa desejada? Você vai fixar uma tarifa e oferecer um crédito para XYZ? Há infinitas maneiras de chegar à tarifa desejada, mas vendendo de modos diferentes. E o mesmo vale para passar de um segmento para outro. É aí que entra em jogo a arte da gestão de receitas. Você sabe qual número e qual penetração de mercado deseja alcançar e aos quais o seu hotel pode chegar. A arte é criar diferentes estratégias para alcançar esse objetivo. E se as 3 primeiras não funcionam, que outras 3 posso experimentar?
[00:19:55] Mike Grubler E entre as milhões de maneiras diferentes de fazer isso, podemos adicionar um expoente quando o assunto é personalização. Nos últimos anos, tem se falado muito sobre preços baseados em atributos, quando um viajante quer ter uma varanda, ficar um andar mais baixo ou ter uma geladeira cor de rosa da Hello Kitty no quarto. E como fazemos para aumentar esse 1 milhão de maneiras diferentes de atingir um objetivo e transformar isso em uma infinidade de maneiras de realizar a gestão de receitas.
[00:20:29] Kerry Mack Não é? É aí que cumprimento as pessoas que conseguem fazer isso. Acho a Expedia incrível na hora de mostrar os preços por atributos. Acho que o grande problema do nosso setor é a tecnologia: os Sistemas de Gestão de Propriedades, como a tecnologia dos nossos sites exibem essas informações ou os motores de reserva apresentam as tarifas e os tipos de quarto. É tudo muito trabalhoso. É claro que gostaríamos de adicionar todas essas informações, mesmo porque as pessoas querem ver isso, mas como fazemos para não sobrecarregar clientes? Para não dar a impressão de que estamos cobrando uma diferença de 5 dólares para 30 itens diferentes em um hotel com 15 tipos de quartos? A questão é que sabemos o que queremos oferecer, mas não como vender e apresentar esses itens a consumidores nem como integrar esses itens em nossos sistemas para garantir a sua disponibilidade. Acho que vamos conseguir, mas a tecnologia do setor hoteleiro está sempre um passo atrás com relação ao resto do mundo.
[00:21:56] Mike Grubler Não tem problema. A principal função dos hotéis é cuidar dos hóspedes. Então, vamos deixar a tecnologia para as pessoas que precisam trabalhar com ela. Vamos deixar a função de cuidar dos hóspedes para o operador hoteleiro. Em um podcast de respeito, não podemos deixar de mencionar a inteligência artificial. E grande parte da natureza preditiva da gestão de receitas é análoga ao que estamos vendo que a inteligência artificial faz em outros âmbitos. Qual a sua opinião? Vocês pensam em aplicar a inteligência artificial na parte estratégica ou para ajudar no dia a dia de gerentes de receita?
[00:22:34] Kerry Mack Adoramos a ideia. Seria bom se ela facilitasse os aspectos mais entediantes do nosso trabalho. O fato é que, nos sistemas de back-end de gestão de receitas, ainda precisamos inserir muitos dados de modo manual, o que é muito irritante. E, embora muitos sistemas estejam evoluindo graças às ferramentas de inteligência artificial que alimentam esses sistemas de maneira automática, eles não são perfeitos e ainda precisam de intervenções manuais para que tudo flua. Por exemplo, adoraríamos se a inteligência artificial pudesse identificar erros em códigos de tarifas ou nos segmentos de mercado. Porque, nos sistemas de gestão de receitas, inserir dados errados quer dizer produzir dados errados. E a única maneira de detectar esses problemas é alguém se ocupar do trabalho manual. Então, não seria incrível se um sistema de inteligência artificial pudesse cuidar dessa parte? Ou se a inteligência artificial pudesse corrigir esses erros, em vez de dizer: "seu ritmo de reserva está atrasado no dia tal". Nós já sabemos disso, está na tela. Dá para ver que não estamos no mesmo ritmo, mas seria bom saber por que ou quando começou a atrasar, ou ver a quantidade de dias de atraso, ou seja, ter um pouco mais de contexto. Seria bom se tivéssemos esse tipo de recurso, se a IA pudesse fazer as tarefas básicas como ela já faz. Se ela pudesse dar respostas rápidas, sem termos que investigar por conta própria para entender onde está o problema, em qual código, em qual grupo e tudo mais. No mundo real, às vezes, temos que recorrer a 5 sistemas diferentes para localizar essas informações. Então, na minha opinião, essa seria um benefício fantástico no âmbito da receita.
[00:24:43] Mike Grubler Quase que uma detecção de anomalias.
[00:24:45] Kerry Mack Sim. Sim.
[00:24:47] Mike Grubler Você mencionou que inserir dados errados quer dizer produzir dados errados nos sistemas de gestão de receitas. Supondo estejam corretos, há maneiras de melhorar esses dados? Há pontos fracos nos dados de hoje em dia? Tem áreas em que você queria ter certos tipos de dados?
[00:25:06] Kerry Mack Sim. Em geral, não sabemos muitas coisas sobre os nossos hóspedes, a menos que sejam associados de um programa de fidelidade. Do contrário, não temos nenhuma informação. Sabemos o nome e o sobrenome, e às vezes de onde vêm. Mas, na maioria das vezes, não sabemos. Mesmo que a gente queira fazer o nosso melhor para os nossos clientes, personalizar o check-in, demonstrar que reconhecemos que já se hospedaram antes na propriedade, às vezes isso é impossível para os funcionários da recepção, pois a tecnologia do setor hoteleiro é configurada de tal maneira que não é possível saber se tal pessoa se hospedou conosco se ela reservou por 3 canais diferentes. Ela pode ter reservado pelo GDS uma vez, pela Expedia em outra e pelo site do hotel em outra. Não vai ter como falar com essa pessoa se ela tiver um nome comum, por exemplo. E não tem como o sistema saber que é a mesma pessoa. Isso contraria um pouco os princípios da hotelaria. Gostaríamos de poder dizer: "estamos felizes por ver você de novo". "Agradecemos por se hospedar de novo com a gente". Não podemos culpar clientes por reservarem de maneiras diferentes, mas seria útil se soubéssemos quem são essas pessoas e por que nos escolheram de novo, além de outras informações sobre elas.
[00:26:35] Mike Grubler Isso mudaria o jeito de definir preços para essa pessoa? Digo, se você soubesse que essa pessoa é cliente fiel sua ou, ao contrário, de outra marca.
[00:26:47] Kerry Mack Não sei se isso mudaria como definimos os preços porque, na verdade, fazemos isso com base na demanda do mercado. Acho que mudaria as ofertas de serviços ou o que ofereceríamos no check-in. Se o hotel está com ofertas especiais, se há oferta de um upgrade especial ou se você está em uma situação em que tem que oferecer upgrades grátis a qualquer pessoa, ou se você sabe que certa pessoa já se hospedou com você e também em um dos hotéis da mesma marca em outro mercado, talvez você possa dizer: "vi que você já se hospedou com a gente algumas vezes em nosso hotel de Chicago. Quero avisar que vão lançar uma oferta especial semana que vem". Fazer algo assim melhora a qualidade do atendimento, a conversa com o cliente e muitos outros aspectos. No entanto, se a pessoa faz check-in com um nome muito comum, acaba sendo um processo banal.
[00:27:47] Mike Grubler Não tem nada pior que fazer check-in no hotel em que você ficou durante uma semana no mês anterior e o funcionário perguntar se você se hospedou lá antes.
[00:27:56] Kerry Mack Sim. Sim.
[00:27:58] Mike Grubler Tem quem faça isso muito bem por terem ótimos sistemas CRM, mas você tem razão. Dependendo de onde reservar, pode ser desafiador tentar relacionar 2 pessoas com nomes comuns.
[00:28:11] Kerry Mack Exato.
[00:28:12] Mike Grubler Sei que você também é professora adjunta na NYU. Estou curioso para ver todos os futuros gerentes de receitas que vão sair de lá. Entre os temas valiosos que você ensina, qual deles você acha que faz os olhos desses alunos brilharem?
[00:28:30] Kerry Mack Haha. Eu falo para os meus alunos que sempre devem fazer perguntas. Como analistas de receitas, nunca devem ter medo de fazer uma pergunta, porque, na verdade, sempre tem alguma coisa para aprender nessa área. Há muitos sistemas, muitos parceiros. É uma rede de distribuição complexa. Há muitos sistemas PMS. Existem muitos segmentos. E ninguém vai conseguir conhecer todos de uma vez. Então, sempre é preciso fazer perguntas. Você nunca deve ter medo de dizer: "não sei, não faço ideia do que você está falando. Alguém pode me explicar o que significa essa sigla ou esse segmento? O que é esse relatório que estou analisando? Não estou entendendo nada". Quando eu comecei a trabalhar no setor, não fazia ideia do que era GDS. Eu trabalhava com gestão de reservas e, de repente, entrei na gestão de receitas porque era o próximo passo na carreira. Aí veio o nosso primeiro pedido de proposta de consórcio e eu não fazia ideia do que GDS queria dizer. Chamei o meu representante de tecnologia de viagens e pedi para ele me ensinar durante umas 3 horas porque eu não sabia o que era. Foi o que ele fez, ele me deu umas aulas. É assim que se deve fazer.
[00:29:47] Mike Grubler Você mencionou os segmentos que analisa na área de gestão de receitas. Você analisa esses segmentos de maneira diferente conforme o período de tempo? Há alguns que são mais valiosos para você do que outros? Alguns que não passam de uma estratégia de preenchimento para encher os quartos?
[00:30:05] Kerry Mack Sim. Todos. Está certo. Não. Digo, depende do mercado. Depende do hotel. Depende da época do ano. Depende de quando dou aula. Sempre digo que o segmento governamental, em 90% dos mercados nos Estados Unidos, é um segmento de preenchimento em que não costumamos prestar atenção. Mas em um mercado como Washington D.C., Tallahassee que é a capital da Flórida, ou Albany que é a capital do estado de Nova York, é um segmento muito sério. Você deve tratar com a mesma seriedade com que negociaria nesse segmento. Então, na verdade, depende do mercado e depende da época do ano.
[00:30:53] Mike Grubler Nesse contexto, cada dólar tem o mesmo valor?
[00:30:56] Kerry Mack Cada dólar tem o mesmo valor desde que contribuam para aumentar a participação da receita por quarto disponível no relatório STAR.
[00:31:03] Mike Grubler E a receita por quarto disponível é a função de... ah, vou deixar você explicar. Mas, segundo o meu entendimento, é a ocupação e a receita alcançadas com base no total de quartos.
[00:31:13] Kerry Mack Correto. A ocupação multiplicada pela diária média é igual à receita por quarto disponível.
[00:31:16] Mike Grubler É para todo mundo que ainda não frequentou a Tisch School of Hospitality. Muito obrigado por conversar com a gente, Kerry. Foi uma conversa incrível, e não vejo a hora de ver você em Nova York esta semana.
[00:31:30] Kerry Mack Eu também não vejo a hora.
[00:31:31] Mike Grubler Eu sei qual vai ser a minha próxima viagem. E a sua? Quais os seus planos? Quando vai ser a sua próxima viagem?
[00:31:38] Kerry Mack Bom, eu acabei de sair de um ano em que viajei muito. Nossa... Acho que fiz 12 viagens de lazer diferentes e um zilhão de viagens de negócios. Ainda não tenho planos para 2024, mas pretendo fazer um cruzeiro em família. E também estou pensando em fazer uma viagem para a Itália. Às vezes, tem espaço para alguma ilha do Caribe. Depois, não sei ao certo.
[00:32:15] Mike Grubler Espero ver você em breve na Expedia para poder juntar e resgatar créditos OneKeyCash para todas essas viagens de 2024.
[00:32:25] Kerry Mack Gostei da deixa para a publicidade.
[00:32:31] Brandon Ehrhardt Mike, ótima entrevista. Foi muito bom ouvir a Kerry falar sobre a Highgate. Eles têm uma cobertura muito ampla no setor de hotelaria: hotéis de rede, hotéis independentes e aluguéis por temporada. Quais foram as suas principais conclusões sobre essa conversa?
[00:32:47] Mike Grubler Falamos sobre muitos assuntos e fiquei surpreso por termos conseguido. O que ela falou sobre inteligência artificial é muito interessante. Acho que é o assunto do momento e que afeta todos os aspectos das nossas vidas. Mas as ideias dela sobre como a inteligência artificial pode ajudar com as limpezas tediosas de dados, e a noção de que inserir dados errados significa produzir dados errados... Isso é um princípio que rege a gestão de receitas. Então, imagine o impacto desse tipo de limpeza no setor e como ela daria aos gerentes de receitas o espaço necessário para priorizarem a verdadeira estratégia de receita, em vez de perder tempo com detalhes.
[00:33:23] Brandon Ehrhardt Sim. Concordo com você. As lacunas nos dados sempre vão existir. Quanto mais rápido nós conseguirmos resolver essas diferenças, mais fundamentadas vão ser as nossas estratégias com base no que observamos. Acho que uma oportunidade incrível para nós do Expedia Group é poder refletir sobre isso junto com os nossos parceiros, onde podemos simplificar esse processo para que hoteleiros e proprietários de aluguéis por temporada saibam quem são os viajantes e como nós nos relacionamos com essas pessoas. E, hoje em dia, isso está presente em diferentes categorias. Mas, Mike, do seu ponto de vista, como nós deveríamos adotar essa abordagem?
[00:33:59] Mike Grubler Acho que, do ponto de vista da Expedia, há muitas maneiras de permitir que parceiros possam refletir sobre se estão ampliando o seu alcance ou aumentando as estratégias de marketing para atrair o cliente certo. Estou falando, em especial, sobre as nossas ferramentas de Media Solutions, como o Acelerador, de descontos como ofertas de pacote e do programa de distribuição otimizada que oferecemos a parceiros. Falamos um pouco sobre o certo nível de arte presente na gestão de receitas, e ferramentas como essas são como pincéis que podemos usar para pintar a nossa obra-prima em gestão de receitas, Brandon.
[00:34:36] Brandon Ehrhardt Parece um quadro fantástico, uma obra bem melhor que a que o Bob Ross faria. É ótimo porque eu acho que o Expedia Group tem a ferramenta de informações sobre receita adequada para você, não importa o seu tipo de segmento. Se você é anfitrião de um aluguel por temporada e pretende anunciar a sua propriedade em nossa plataforma, há uma ferramenta de automatização de tarifas que usa os dados sobre a demanda do mercado e outras informações para recomendar um preço, de modo que, como parceiro, você pode ativar essa automação com um clique e nós vamos gerenciar essas tarifas por você. No caso dos hotéis, que são mais complexos pelos diferentes tipos de quarto, disponibilizamos várias ferramentas e análises em nossa plataforma Rev+. Nela, você pode ver o que a concorrência está oferecendo, incluindo as tarifas das ofertas para dispositivos móveis e das ofertas somente para associados. Você pode aproveitar os produtos que mencionou, como as ofertas somente para associados, porque já vai ter identificado que há uma oportunidade de aumentar a competitividade no seu mercado. Por isso, eu acho que é essencial saber em que direção ir enquanto parceiro. Também acredito, Mike, que você vai me dar razão neste ponto: o primeiro passo sempre vai começar com o gerente de contas.
[00:35:44] Mike Grubler O gerente de contas trabalha em âmbito local e conhece o mercado, na maioria das vezes. Então, essa pessoa sabe gerenciar a receita. E muitas dessas ferramentas também estão no Partner Central, Brandon. Com alguns cliques, podemos explorarmos a fundo todas essas ferramentas novas.
[00:36:03] Brandon Ehrhardt Com certeza. Uma coisa que quero mencionar antes de nos despedirmos é que melhoramos de maneira contínua todos esses módulos. No caso da ferramenta Rev+, um recurso que planejamos introduzir em 2024 são os microeventos, né? Todo mundo conhece as datas de eventos importantes, mas talvez não saiba que está acontecendo um torneio de futebol sub-12 que vai ter influência direta sobre as reservas do seu hotel. Quando há 12 times diferentes reservando, é uma oportunidade de receita que ninguém vai querer perder. Nossas ferramentas continuam evoluindo. Como o Mike e eu mencionamos, fale com o seu gerente de contas, acesse o Partner Central. Se você é anfitrião de um aluguel por temporada, recomendo que você tente usar a ferramenta de automação certa. Vários parceiros tiveram ótimos resultados e aumentarem a receita quando criaram uma estratégia de tarifas fundamentada nas informações sobre a demanda do mercado. Foi um episódio incrível. Mike, quero te perguntar uma coisa. Perguntamos a Kerry sobre as próximas viagens dela. E você, tem alguma?
[00:36:58] Mike Grubler Parece que você leu a minha mente quando mencionou o torneio de futebol sub-12. Tenho um filho de 10 anos no meu grupo de viagens, então tenho certeza de que vamos assistir a algum jogo em um estado próximo ao nosso.
[00:37:09] Brandon Ehrhardt Fantástico. E os hotéis parceiros vão poder encontrar esse evento no Rev+ em breve. Foi uma ótima conversa. Obrigado pela entrevista com a Kerry. Adoramos a sua participação, Mike.
[00:37:20] Mike Grubler Fico feliz de ouvir isso, Brandon. Estou à disposição.
[00:37:22] Brandon Ehrhardt Como sempre, compartilhe conosco o que você acha do podcast enviando um e-mail para PoweringTravel@Expediagroup.com. PoweringTravel, tudo junto, @Expediagroup.com. Tem um novo formulário no site que é bem fácil de preencher. Você pode acessar em Partner.Expediagroup.com. Se tiver alguns segundos, classifique e avalie o nosso podcast na sua plataforma preferida. Isso ajuda as pessoas a encontrar o podcast. Obrigado por nos ouvir. A gente se vê no próximo Powering Travel, o podcast do Expedia Group.
Conheça os especialistas
Kerry Mack
Com mais de 25 anos de experiência em gestão de receitas, Kerry faz a supervisão direta de mais de 500 propriedades da Highgate, além de trabalhar no planejamento e na execução de estratégias de gestão de receitas, políticas de preços, programa CRM e iniciativas de marketing digital no nível da propriedade. Nascida em Nova York, Kerry é professora adjunta no Preston Robert Tisch Center for Hospitality, Tourism, and Sports Management da New York University e compõe o conselho administrativo da NYC & Company.
Michael Grubler
Michael lidera a equipe responsável por desenvolver parcerias inovadoras no setor de hospedagem e ajudar a atualizar a identidade do Expedia Group de provedor de distribuição para parceiro tecnológico. Com especialização em marketing e desenvolvimento de marca, Michael tem mais de 20 anos de experiência no setor, tendo ocupado diversos cargos: foi responsável pelo atendimento ao cliente na propriedade, além de diretor comercial de uma rede internacional. Ele conta com a certificações profissionais CHA, CRME e CHDM, e tem um MBA pela University of Arizona.
Brandon Ehrhardt
Brandon lidera o marketing de acomodações B2B no Expedia Group e desempenhou um papel fundamental na expansão dos nossos programas para parceiros, conduziu iniciativas estratégicas e ampliou o uso de informações sobre receitas para impulsionar o sucesso dos colaboradores. Brandon mora em Chicago, Illinois, com a sua esposa e o filho, que já vê as viagens com entusiasmo.
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